Presidente do Solidariedade, Paulinho da Força Sindical reafirma oposição ao governo federal e anuncia adesão à candidatura à Presidência do senador tucano, que renova críticas a Dilma
Bertha Maakaroun
Paulinho, Aécio e Alckmin comemoram aniversário do parlamentar e aliança no pleito de outubro
O deputado federal Paulo Pereira da Silva (SP), o Paulinho da Força Sindical, fundador do partido Solidariedade (SDD), reiterou ontem, durante comemoração de seu aniversário em um clube da capital paulista, que o apoio de sua sigla nas eleições presidenciais será ao senador Aécio Neves, presidente nacional do PSDB, pré-candidato tucano para disputar o Palácio do Planalto. "Quero lhe garantir, Aécio, que o nosso partido vai decidir em pouco tempo, oficialmente, o apoio à sua candidatura", discursou, dirigindo-se ao tucano. Declarando ter construído o Solidariedade na oposição – ele era do PDT –, Paulinho avisou que fará "de tudo para tirar o PT do poder". Na rota da oposição, as centrais sindicais ligadas ao Solidariedade também planejam incentivar e dar força a eventuais manifestações de rua por causa da Copa do Mundo.
"Acho que as manifestações vão voltar antes da Copa e nós vamos dar uma mão", disse. "Vamos dar uma mão, já que o governo Dilma não cumpriu nenhum dos compromissos que assumiu conosco", declarou. "O governo federal está quebrando as principais empresas do país e permitindo a volta da inflação", acrescentou o parlamentar sindicalista, antes do almoço que reuniu políticos, trabalhadores, além do senador Aécio Neves e do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. Segundo ele, esses fatores vão influenciar a insatisfação social, que será maior em pleno processo eleitoral.
Ao salientar a disposição de engrossar em qualquer circunstância a oposição à candidatura Dilma Rousseff (PT), o parlamentar sindicalista deixou claro que se em um eventual cenário de segundo turno estiverem concorrendo Eduardo Campos (PSB), governador de Pernambuco e pré-candidato à Presidência da República, e Dilma Rousseff, o Solidariedade apoiará Campos. Em São Paulo, Paulinho disse apoiar a candidatura à reeleição do governador tucano Geraldo Alckmin e, no Rio de Janeiro, a tendência é fechar com o PMDB do governador Sérgio Cabral, que terá como candidato mais provável ao Palácio das Laranjeiras o atual vice-governador, Luiz Fernando Pezão.
"Irreal" Depois de considerar o Solidariedade "uma esperança nova que surge na vida política brasileira", Aécio Neves, também em crítica a Dilma Rousseff, afirmou que a presidente, ao discursar em Davos, na Suíça, sobre a economia brasileira, falou sobre um Brasil que não é real. "Assistimos à presidente da República em Davos falando de um país que, infelizmente, não é o nosso. Infelizmente também as palavras não têm o dom mágico de mudar a realidade", declarou o senador mineiro.
Aécio disparou: "A presidente fala que o Brasil é um país que respeita contratos ao mesmo tempo em que assistimos à mais violenta intervenção que o setor elétrico, por exemplo, já assistiu, para falar apenas em um setor". O tucano continuou: "A presidente fala que o Brasil sempre busca alcançar o centro da meta inflacionária. Ela vai terminar o seu último ano de mandato lutando e contendo preços, como os de combustíveis, de transportes, de tarifas de energia, para não ultrapassar o teto da meta". De acordo com Aécio, o "Brasil do discurso da presidente não tem conexão com o Brasil real". Para ele, o país gera desconfiança em razão do que chamou "manipulação dos nossos números fiscais".
Citando o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Aécio criticou a alta da inflação da cesta básica. "Vimos uma pesquisa recente, feita em cerca de 10 capitais, onde a cesta básica, em todas elas, ultrapassou alta de 10%. No caso de Salvador (BA), chegou a 17% nos últimos 12 meses. Onde não está a inflação?", questionou. "A fantasia da propaganda oficial não consegue mascarar, não consegue mudar a realidade", disse. Para Aécio, o Brasil está no "fim da fila" daqueles que querem investir. "E a situação interna se agrava a cada dia. Seja na maquiagem para se alcançar o superávit primário, seja para se alcançar um saldo mínimo na balança comercial. Assistimos no Brasil a uma desconfiança generalizada", disse, apregoando acreditar que seja a "hora de a oposição voltar a governar o Brasil".
Fonte: Estado de Minas
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