• A última vez que a taxa rompeu o teto foi em junho do ano passado, quando registrou alta de 6,70%
Clarice Spitz – O Globo
RIO - A inflação desacelerou em junho, mas nos últimos 12 meses rompeu o teto da meta, de 6,5%. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em 0,40%, informou nesta terça-feira o IBGE. Em maio, fora de 0,46%. Nos últimos 12 meses, a taxa ficou em 6,52%, dentro das expectativas do mercado, que variavam entre 6,40% e 6,56%, segundo a agência Bloomberg. A última vez que a taxa tinha rompido o teto foi em junho do ano passado, quando registrou alta de 6,70%.
Entre os grupos, apenas despesas pessoais e transportes tiveram aceleração de preços. O maior impacto veio de despesas pessoais, onde estão boa parte dos serviços, e que passaram de 0,80% para 1,57%. Os serviços registraram alta de 1,10% em junho, bem acima do apurado no mês anterior, 0,30%. Nos últimos 12 meses, já sobem 9,20%. Por outro lado, os monitorados (controlados) desaceleraram para 0,25% depois de avançar 0,59%.Energia elétrica residencial passou de 3,71% para 0,13%. Nos últimos 12 meses, as tarifas de energia sobem 8,01%.
O grupo de alimentação e bebidas registrou deflação de 0,11%. Foi o terceiro mês seguido de perda fôlego dos preços da categoria. Entre os alimentos, a batata-inglesa ficou 11,46% mais barata e o preço do tomate caiu 9,58%. Os alimentos consumidos dentro de casa registraram queda de 0,60% após registrar alta de 0,41%. A alimentação fora de casa perdeu fôlego ao passar de 0,91% para 0,82%. A refeição fora passou de 0,96% para 0,75%, a cerveja, de 0,34% para 0,01%.
Por outro lado, a Copa do Mundo fez com que as diárias de hotéis aumentassem 25,33%. Esse item representou o principal impacto individual, respondendo por 0,11 ponto percentual do índice de junho.
Também influenciadas pelo Mundial, as tarifas aéreas subiram 21,95%, segundo maior impacto, com 0,09 ponto percentual. O avanço puxou a alta do grupo de transportes, que subiu 0,37% após ter queda de 0,45% no mês anterior. Juntos, passagens aéreas e hotéis responderam por metade do IPCA do mês passado.
Entre as 13 regiões metropolitanas, o Rio continuou na liderança dos preços com alta de 7,33% nos últimos 12 meses, seguida por Porto Alegre, com 7,23% e Curitiba, 7,21%.
A expectativa do mercado financeiro em relação à inflação é que o IPCA encerre 2014 em 6,46%, leitura que vem se repetindo há três semanas pelo Boletim Focus, do Banco Central (BC). Enquanto a projeção para o índice se mantém alta, economistas do mercado financeiro reduziram pela sexta semana consecutiva a projeção para o crescimento do PIB brasileiro neste ano.
Segundo o mesmo boletim Focus, a mediana das previsões caiu para alta de apenas 1,07%. Na semana passada, a expectativa era de avanço de 1,10%. Já para o ano que vem, a projeção parou de cair e ficou estável em 1,5%.
Em entrevista recente, o presidente do BC, Alexandre Tombini, disse que a taxa de juros (Selic) mantida em 11% ao ano é capaz de fazer a inflação entrar numa trajetória de convergência para a meta de 4,5% nos próximos dois anos. Admitiu, entretanto, que a inflação em 12 meses continuará elevada por algum tempo.
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