domingo, 10 de agosto de 2014

Panorama político :: Ilimar Franco

- O Globo

A barreira
O socialista Eduardo Campos tem duas resistências para vencer. Sua assessoria diz que é preciso romper a crença de que só quem disputa o poder são PT e PSDB. Um marqueteiro paulista avalia que também é preciso vencer obstáculo que não é político, mas epidérmico. Ele diz que os eleitores do Sul e do Sudeste têm prevenção contra os políticos do Nordeste. Isso seria um resquício do trauma provocado pela eleição de Collor.

No ritmo dos candidatos
Os candidatos vão de rap, axé e forró nos seus jingles. Eduardo Campos aposta num rap onde os versos surgem em verde e amarelo e dizem: "Coragem para mudar o Brasil / Eu vou de Eduardo e Marina / Eduardo e Marina / São assim como você". Aécio Neves vai de axé tendo como pano de fundo um cartaz escrito “Muda Brasil” embalado pelos versos: "Aé Aé Aécio / a gente quer você / Aé melhor pra gente". Ao som de um forró, com cenas em movimento e fotos com o ex-presidente Lula, a presidente Dilma se derrete em sorrisos ao som do canto: “Eu te quero outra vez / te quero de novo / O que tá bom, vai continuar / O que não tá, a gente vai melhorar”.
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“O Ministério da Agricultura não será subordinado ao Ministério da Fazenda e nem mesmo ao Banco do Brasil como é hoje”
Aécio Neves
Candidato à Presidência (PSDB) e senador (MG), na sabatina da Confederação Nacional da Agricultura
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Sempre cabe mais um
O candidato do PSDB, Aécio Neves, anunciou o Superministério da Agricultura (volta da Pesca). Os militantes da reforma agrária desconfiam que ele também vai acabar com a pasta do setor. O time de Aécio quer evitar polêmica com o MST.

A mesma moeda
A equipe de Eduardo Campos, cuja tarefa é superar Aécio Neves, avalia que ele ganhou pontos nas sabatinas da indústria e da agricultura. Pois ninguém acreditaria que os tucanos fariam uma política para reindustrializar o país. No PSB, a crença é de que FH, Lula e Dilma adotaram como política o câmbio valorizado e isso detonou a produção nacional.

Sonho de sogra
Muitos petistas estão surpresos com o jingle da campanha de Alexandre Padilha para o governo de São Paulo. No embalo de um forró, a letra se refere a ele como “a esperança da família" e diz que ele “é bom moço" e “é bom de serviço".

Rio: atravessando a avenida
Os candidatos ao governo vão de samba-enredo nas suas trilhas sonoras. O do governador Pezão diz que ele “tá na boca do povão”. O de Garotinho, que “nosso governador vai voltar” e o de Crivella que “o Rio vai estar em boas mãos”. Já Lindberg diz que ele “fará do jeito certo” em três versões: samba-funk, pop rock e um rap com forró.

Trio elétrico baiano
O de Rui Costa tem vídeo onde seu boneco dança o arrocha com a mão na testa. O forró de Paulo Souto canta que a esperança que chegou à capital (ACM Neto) agora chegará a todo mundo. Lídice da Mata promete: não é passado nem mesmice.

Preparar o terreno
Aécio Neves começa na próxima terça-feira, pelo Maranhão, um roteiro que vai a quatro estados do Nordeste. Antes, foi enviada uma precursora para fazer pichações, colar cartazes e entregar panfletos para serem distribuídos por militantes.

A presidente Dilma vai se reunir na segunda, em São Paulo, com militantes estudantis. E na quarta, em Brasília, com os movimentos de mulheres.

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