Eliane Oliveira – O Globo
• Ministros recebem a determinação de buscar novos mercados
BRASÍLIA- Segundo o consultor internacional Nelson Franco Jobim, dedicar- se mais à política externa é uma saída clássica de presidentes com problemas na política interna. Ele citou como exemplos o ex- presidente Bill Clinton — que atuou fortemente em relação às guerras da Bósnia e da Croácia e quase bombardeou o Iraque durante o processo de impeachment no caso Monica Lewinsky — e Barack Obama, que, em minoria no Congresso, reatou com Cuba e negociou o acordo nuclear com o Irã.
— Com popularidade de 13% na França, o presidente François Hollande intervém na África, tenta ajudar a Grécia e posa como estadista — completou.
Para Leonardo Valente, professor de Relações Internacionais da Universidade Federal do Rio de Janeiro, o reforço dado por Dilma à política externa é mais do que positivo, é necessário:
— A diplomacia presidencial é um componente relevante de nosso modelo de política externa. Nosso desenvolvimento depende em parte desse trabalho. Mas é fato que, diante de uma crise política interna violenta, o investimento em uma política de prestígio na área externa contribui para a blindagem.
A presidente Dilma Rousseff acaba de lançar o Plano Nacional de Exportações e determinou que seus ministros corram atrás de novos mercados. Na semana passada, enquanto Mauro Vieira, das Relações Exteriores, fazia um périplo por Cingapura, Timor Leste e Vietnã, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, buscava acordos na Colômbia e no Peru.
As Olimpíadas de 2016 estão no foco da nova política externa de Dilma. Haverá oportunidades de diálogo com vários chefes de Estado. Já no primeiro semestre, estão previstas viagens ao Timor, à China e à Índia.
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