domingo, 29 de julho de 2018

Após desconfianças, Doria diz que fará ‘tudo para eleger Alckmin presidente’

Ex-governador e ex-prefeito de São Paulo estavam distantes em função de disputas internas no PSDB

Silvia Amorim | O Globo

SÃO PAULO / Na convenção que homologou ontem sua candidatura ao governo de São Paulo, João Doria (PSDB) prometeu engajamento total à campanha do presidenciável Geraldo Alckmin (PSDB). Ele participou do evento ao lado de Doria. Antes, o tucano foi à convenção do PTB, em Brasília, que formalizou apoio a ele. No mesmo dia, o PSDB mineiro confirmou o senador Antônio Anastasia candidato a governador em Minas Gerais, mas sem a presença do também senador Aécio Neves. Em nota, ele disse que divulgará seus planos para a eleição nos próximos dias.

Doria e Alckmin, que meses atrás mantinham um distanciamento político resultante da tentativa do exprefeito de se viabilizar candidato à Presidência, trocaram elogios e declarações de apoio no palanque. Eles encerraram o encontro partidário abraçados com a bandeira do Brasil nas mãos.

— Nós estaremos empunhando as mesmas ideias e os mesmos princípios e vamos acelerar (...). Farei tudo para eleger Geraldo Alckmin presidente do Brasil— afirmou Doria.

Pouco antes, Alckmin enfatizou a parceria:

—Tenho certeza que, juntos, vamos fazer muito e melhor em benefício da nossa população. João é o homem da inovação e da parceria e da capacidade de trabalho.
O desempenho eleitoral do PSDB em São Paulo foi destacado nos discursos como decisivo para o partido na eleição presidencial. Alckmin, que aparece empatado com Jair Bolsonaro (PSL) no estado, estima que precisa obter cerca de 30% dos votos paulistas para chegar ao segundo turno.

TUMULTO NA ENTRADA
Líder na disputa paulista, embora a previsão seja de uma eleição difícil para o PSDB em São Paulo, Doria centrou críticas ao PT e ao adversário Paulo Skaf (MDB), segundo colocado nas pesquisas. Ele também citou o juiz Sergio Moro ao defender, sobre presos da Lava-Jato, que “lugar de ladrão é na cadeia inclusive se do meu partido”. O governador Márcio França (PSB), aliado de Alckmin, não foi citado pelo tucano.

Além de Doria, oficializaram suas candidaturas ontem Skaf e Luiz Marinho (PT). O petista justificou sua candidatura para levar a defesa do ex-presidente Lula, preso em Curitiba, a todo o estado. Skaf deu a largada na campanha ao lado do pré-candidato à Presidência Henrique Meirelles (MDB). O presidente Michel Temer não apareceu.

O mesmo fez o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Da Europa, ele mandou uma mensagem em vídeo para Doria.

— É muito importante a eleição que se aproxima não só em São Paulo como no Brasil. Em São Paulo ela é ainda mais fundamental para mostrar que o PSDB é capaz de governar —disse.

O líder tucano estará de volta ao Brasil a tempo de participar, no dia 4, da convenção que homologará a candidatura de Alckmin.

A convenção de Doria começou com tumulto. Por causa da lotação do local por cabos eleitorais de candidatos a deputados, filiados do PSDB que precisavam votar na foram impedidos de entrar. Portões de entrada foram fechados no fim da manhã para que o espaço fosse esvaziado em parte. Houve empurra-empurra e gritaria. A festa foi animada pela cantora baiana de axé Gilmelândia. Intérprete de um dos jingles de Doria, ela cantou o hino nacional. (Colaborou Letícia Fernandes)

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