Valor Econômico
Seu livro de contos "Risíveis
Amores" também alcançou status de best-seller no Brasil
Milan Kundera, o renomado e recluso
escritor tcheco, cujas obras dissidentes o transformaram em um exilado satírico
do totalitarismo e explorador da identidade e da condição humana, morreu em
Paris. Ele tinha 94 anos.
Kundera, autor de “A Insustentável Leveza
do Ser” (1984) faleceu na tarde de terça-feira, informou ontem a editora
Gallimard em um comunicado de uma frase, sem fornecer mais informações.
Ele ganhou elogios pela maneira como
retratava temas e personagens que flutuavam entre a realidade mundana da vida
cotidiana e o mundo elevado das ideias.
“Milan Kundera foi um escritor que alcançou
gerações inteiras de leitores em todos os continentes e atingiu fama global”,
disse o premiê tcheco, Petr Fiala. “Ele deixa para trás não apenas ficção
notável, mas também um trabalho de dissertação significativo.”
Kundera nasceu na cidade tcheca de Brno, mas emigrou para a França depois de ficar no ostracismo por criticar a invasão soviética da Tchecoslováquia para reprimir o movimento de reforma liberal da Primavera de Praga em 1968.
Ele raramente dava entrevistas, acreditando
que os escritores deveriam falar por meio do trabalho, mas seu relacionamento
com o país de origem costumava ser difícil após sua partida.
Seu primeiro romance, “A Brincadeira”, foi
publicado em 1967 e ofereceu um retrato contundente do regime comunista da
Tchecoslováquia e do partido do qual ele ainda era membro.
Ele abandonou suas esperanças de que o
Partido Comunista pudesse ser reformado e mudou-se para a França em 1975.
Quatro anos depois, ele perdeu sua cidadania tchecoslovaca.
Ele disse ao jornal francês “Le Monde” em
1976 que chamar suas obras de políticas era simplificar demais e, portanto,
obscurecer seu verdadeiro significado, mas seus livros frequentemente adotavam
um tom político.
Sua obra mais famosa, “A Insustentável
Leveza do Ser” (1984), centrada na Primavera de Praga e suas consequências, foi
transformada em filme estrelado por Daniel Day-Lewis e dirigido por Philip
Kaufman em 1988, que ganhou duas indicações ao Oscar.
Kundera tornou-se cidadão da República
Tcheca em 2019.
Um comentário:
O escritor marca meu início no mundo da leitura,se falavam muito de sua obra mais famosa.
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