O Globo
Presidente evita deslizes e resgata defesa de valores universais, como paz, tolerância e direitos humanos
Lula cometeu uma imprecisão ao repetir o mantra de que o Brasil voltou. O país nunca se ausentou da ONU, onde Jair Bolsonaro bateu ponto nos últimos quatro anos. Quem esteve em falta foi a defesa de valores universais, como a paz, a tolerância e os direitos humanos.
Na marcha rumo ao Planalto, o capitão ameaçou retirar o Brasil das Nações Unidas. “É uma reunião de comunistas”, justificou. Eleito, ele percebeu que a entidade poderia ser útil. Passou a usá-la como palanque para seu discurso radical e negacionista.
Na tribuna da Assembleia Geral, Bolsonaro exaltou a ditadura, atacou a ciência e mentiu sobre diversos temas, das queimadas na Amazônia à eficácia das vacinas. Os delírios eram incentivados por um chanceler que se orgulhava da imagem de pária.
De volta ao palco global, Lula resgatou princípios da diplomacia brasileira. Defendeu a democracia, a cooperação internacional e a resolução pacífica de conflitos. “O Brasil está se reencontrando consigo mesmo. Com nossa região, com o mundo e com o multilateralismo”, resumiu. A plateia entendeu o recado. O presidente foi interrompido sete vezes por aplausos, o que nunca ocorreu com o antecessor.
Lula não se limitou a mostrar que o Brasil está sob nova direção. Também buscou se apresentar como porta-voz das nações emergentes, que agora usam o rótulo de Sul Global. Criticou o protecionismo dos países ricos e cobrou ajuda concreta para combater a fome, reduzir as desigualdades e frear as mudanças climáticas.
Na véspera de um novo encontro com Joe Biden, o presidente renovou críticas aos Estados Unidos. Condenou o embargo a Cuba, a caçada a Julian Assange e a insistência em se envolver em guerras alheias.
Sem repetir deslizes sobre a Ucrânia, Lula voltou a defender reformas na governança global. Reprisou argumentos que já havia usado em 2003, quando começou a cobrar a ampliação do Conselho de Segurança.
O mundo mudou e a ideia ganhou novos defensores, mas ainda parece longe de sair do papel. Mesmo assim, é um alívio ver que este voltou a ser o mote do Brasil na ONU. Até outro dia, nosso representante subia à tribuna para receitar cloroquina.
2 comentários:
Ok! Ok! Eu achei um discurso razoável, o discurso de Lula na ONU.
■Mas ontem Lula estava com ditadores e dando retaguarda a ditadores e amanhã Lula estará com ditadores e dando retaguarda a ditadores.
Entre um discurso na ONU e outro Lula está ligado ao que há de pior no mundo, está ligado a regimes misóginos, homofóbicos, truculentos e corruptos como ele é.
Aliás, Lula falou de desigualdades na ONU e uma das principais causas de desigualdades e de fome é exatamente a corrupção, que é uma das especialidades de Lula desde o ABC, nos inícios de sua carreira, até o Mensalão, em Lula1, do Petrolão, em Lula2 e, agora, neste Lula3, ainda não foi descoberta corrupção direta, fora coisas como a manutenção do orçamento secreto.
Mas agora está mais difícil aparecer corrupção, porque os esquemas corruptos de Lula e Bolsonaro associados desmontaram os intrumentos de combate e colonizaram o STF com seus advogados-protetores.
Então!
▪Ali dentro da ONU Lula exibe um discurso:: aquilo foi razoável, mas foi apenas um discurso.
▪Já nas suas declarações aqui no Brasil e pelo mundo, nos seus alinhamentos e até amizades de poder, Lula ofende as democracias, repete os argumentos de autocracias e se articula junto com seus amigos ditadores à direita e à esquerda para redesenhar uma ordem mundial para fortalecimento de regimes sociais artificiais e truculentos contra o liberalismo, o progressismo (o progressismo à vera), a ordem social histórica natural que é o capitalismo, contra os direitos humanos, contra a autodeterminação dos povos, contra a soberania de países...
●Mas o discurso razoável de Lula na ONU, um discurso que só constitui uma manobra diversionista para conseguir com uma mera declaração desviar a atenção do que ele efetivamente faz mundo afora e que é quase 100% vergonhoso, é o que ficam repercutindo, ao invés de mostrarem a incoerência entre a aparência que Lula quer mostrar na ONU e o que ele é de fato, como mostra as falas e alianças vergonhosas que Lula faz aqui no Brasil e lá fora.
Mas a vida não é declaração de intenção, nem na ONU , nem fora ; a vida é atitude, que é o que mostra quem a pessoa realmente é!
Lula comete erros,mas é bem melhor que Bolsonaro,a perfeição não existe no plano terreno.
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