sábado, 28 de outubro de 2023

Eduardo Leite e Paulo Abi-Ackel* - Centro democrático e as eleições de 2024

O Globo

Nós, do PSDB, sairemos ainda mais fortes, uma alternativa real a quem rejeita os extremos

Não dê ouvidos a quem vaticina que o PSDB acabou. Não se espante quando esses mesmos mensageiros do caos vierem cerrar fileiras ao nosso lado, nas trincheiras tucanas, no centro do espectro político brasileiro. O PSDB está se reconstruindo. Não há razão para brigar com os números, somos mesmo hoje muito menores do que já fomos. Mas os números não dizem tudo. A política é feita de ciclos e, aos 35 anos de idade, o PSDB está maduro o suficiente para compreender isso.

— Nós não lutamos para ganhar a eleição seguinte. Lutamos para criar um horizonte de alternativas.

Ditas pelo nosso líder Fernando Henrique Cardoso, essas não são palavras ao vento. É a verdade escancarada de como nós, tucanos, pensamos a política e o futuro de nosso país. Também não somos ingênuos de pensar que a próxima eleição não é importante. A disputa de 2024 — no cenário atual em que os extremos preferem destruir os adversários em vez de construir consensos — não será nada fácil para quem só pensa na próxima eleição. Não é o caso do PSDB. Temos programa, temos ideologia. Sabemos o que queremos, pensamos aonde vamos chegar e planejamos o que é necessário fazer pelo caminho. Os tucanos de verdade aqui estão porque entendem que o PSDB é a luz do centro político brasileiro.

Em 2024, trabalharemos para construir uma base sólida e sustentável de apoio que vá além de uma única eleição. Para organizar esse processo, a Executiva Nacional estabeleceu como diretriz buscar construir candidaturas competitivas nas cidades com mais de 100 mil eleitores e naquelas que tenham geração de sinal de TV, fundamental para amplificar a seriedade de nossas propostas.

Trabalhar nessas relações próximas ao poder municipal é uma das formas de reconectar o partido aos anseios da sociedade brasileira. Essa tem sido nossa grande missão em 2023. Desde fevereiro, a atual gestão do PSDB fez uma grande força-tarefa para ouvir líderes tucanos de hoje, ontem e sempre. Ouvimos militantes comuns, prefeitos, deputados, vereadores e líderes comunitários. Fizemos uma pesquisa quantitativa com a população brasileira. Queríamos entender o que precisava ser feito, primeiro, para reconectar o próprio militante ao PSDB e, depois, o PSDB à sociedade.

Concluímos que o PSDB do futuro só será construído com o resgate da nossa origem. Não há nada mais moderno na política brasileira que as propostas que o PSDB apresentou ao Brasil lá em 1985, num manifesto que começava com uma simbólica frase de Franco Montoro:

— Longe das benesses oficiais, mas perto do pulsar das ruas, nasce o novo partido.

Trouxemos o tucano de volta, como símbolo desse resgate histórico, e apresentamos uma carta-síntese com o DNA tucano, que tem como pilares uma sociedade democrática, fundada no respeito aos direitos humanos e dos grupos minorizados e na liberdade de expressão; uma economia sustentável, moderna, competitiva e aberta ao mundo; e um governo ágil, eficiente e capaz de responder aos anseios dos cidadãos, uma máquina pública mais leve e enxuta para ser mais forte e presente nas políticas de educação, saúde e segurança.

Em novembro, o PSDB elegerá seu novo diretório nacional. Partiremos, então, para 2024, quando apresentaremos à sociedade as melhores candidatas e os melhores candidatos a prefeitos e vereadores. Sairemos ainda mais fortes, uma alternativa real a quem rejeita os extremos e deseja uma sociedade mais próspera, humana, moderna e em paz. O futuro é o que o PSDB defende desde 1985, olhando para a frente sem perder sua essência, com o propósito de construir um só Brasil.

*Eduardo Leite é governador do Rio Grande do Sul e presidente nacional do PSDB, Paulo Abi-Ackel é deputado federal (MG) e coordenador da comissão eleitoral nacional do PSDB

 

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