MP TERÁ PLANO ESPECIAL CONTRA PRESSÃO DE TRAFICANTES E MILÍCIAS SOBRE ELEITORES
Fábio Vasconcellos, Flávio Tabak e Waleska Borges
Serviço de Inteligência da Promotoria Eleitoral vai mapear zonas de risco
Fábio Vasconcellos, Flávio Tabak e Waleska Borges
Serviço de Inteligência da Promotoria Eleitoral vai mapear zonas de risco
A Promotoria Eleitoral do Ministério Público estadual vai formular um plano especial de atuação para o dia das eleições municipais no Rio. A idéia surgiu depois das recentes notícias de que traficantes e grupos de milícias pressionam eleitores a votar em determinados candidatos, e também porque bandidos passaram a impedir a entrada de políticos em algumas comunidades.
No sábado, Fernando Gabeira (PV), Alessandro Molon (PT) e Chico Alencar (PSOL) foram intimidados por traficantes armados, quando faziam campanha em Vila Cruzeiro e no Complexo da Maré. As equipes de Molon e Chico foram proibidas de fazer imagens.
O plano do MP contará com a participação do Serviço de Inteligência do órgão, que vai ajudar a mapear as zonas eleitorais onde há maior risco de bandidos intimidarem eleitores.
- Os promotores estarão mobilizados para acionar o mais rapidamente possível órgãos de segurança, caso notem movimentações estranhas na sessão eleitoral. O serviço de inteligência vai atuar também - disse o coordenador das promotorias eleitorais, procurador Marcos Ramayana.
- O TRE terá todo apoio do MP. Os promotores farão plantão no dia das eleições, com a ajuda do pessoal das sessões. Os mesários poderão entrar em contato direto com os juízes.
Para o procurador, é importante que candidatos que enfrentam problemas para entrar em algumas comunidades, devido à atuação de traficantes ou milicianos, registrem o caso na polícia. Quem preferir, pode também fazer um relato para a ouvidoria do MP, ligando para o número 127. Segundo ele, mesmo os candidatos a prefeito poderiam ajudar com informações.
Molon voltou a afirmar ontem que continuará indo a favelas:
- Não podemos aceitar que quem tem a palavra final no Rio é o crime.
Para o procurador, é importante que candidatos que enfrentam problemas para entrar em algumas comunidades, devido à atuação de traficantes ou milicianos, registrem o caso na polícia. Quem preferir, pode também fazer um relato para a ouvidoria do MP, ligando para o número 127. Segundo ele, mesmo os candidatos a prefeito poderiam ajudar com informações.
Molon voltou a afirmar ontem que continuará indo a favelas:
- Não podemos aceitar que quem tem a palavra final no Rio é o crime.
"Temos que tentar abrir caminho" , diz Gabeira
Já o candidato a prefeito do PSOL, Chico Alencar, vai entregar amanhã carta ao presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Carlos Ayres Britto, condenando a formação de currais eleitorais na eleição carioca. Chico disse que já tinha visto traficantes armados em campanhas, mas nunca com proibições.
- Foi a primeira vez que foi feita essa solicitação imperativa para parar de filmar, mas já tinha visto traficantes armados em campanha. Vou levar o pacto para o Ayres Britto, que só foi assinado por Fernando Gabeira (PV) e Eduardo Serra (PCB).
Para o candidato do PV, a próxima agenda em favela já foi escolhida, a Carobinha, na Zona Oeste:
- Já fiz o mapa da milícia no site de campanha e agora vou fazer o do tráfico. Nós temos que tentar abrir o caminho - disse Gabeira.
O candidato do PMDB, Eduardo Paes, também comentou a intimidação sofrida por seus adversários. Ele afirmou que não deixará de fazer corpo-a-corpo nas favelas. Paes esteve três vezes, em campanha, na Maré:
- Não vamos nos intimidar em lugar nenhum da cidade. Acho inadmissível que qualquer candidato tenha problemas para entrar nas comunidades. Todo cidadão do Rio deve ter direito de ir e vir - disse Paes.
Já a candidata do DEM à prefeitura, Solange Amaral, afirmou que não costuma ter problemas quando visita favelas; no entanto, criticou a política de segurança pública do governo estadual:
- O que aconteceu com os candidatos representa o quadro de descontrole da ação de segurança pública do estado, que só se agrava.
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