terça-feira, 28 de abril de 2009

PPS diz que Lula quer mudar poupança para atender lobby do sistema financeiro

Da Redação
DEU NO PORTAL DO PPS

A Executiva Nacional do Partido Popular Socialista (PPS) divulgou nota nesta segunda-feira (27) afirmando que o governo Lula quer alterar os rendimentos da caderneta de poupança não para proteger o pequeno investidor, como argumenta a equipe econômica, mas sim para atender o lobby do sistema financeiro. Para o partido, trata-se de uma escolha política do governo Lula para tentar manter a equação macroeconômica que tem proporcionado os maiores ganhos da história do sistema financeiro brasileiro.

Leia também: Alerta do PPS na TV sobre intenção de Lula de mexer na poupança tem grande repercussão

"O Partido Popular Socialista reitera que a questão da poupança tem um caráter técnico, mas adquiriu conotações políticas porque tal medida visa apenas atender ao forte lobby do setor financeiro, que tem se beneficiado enormemente da atual gestão econômica", diz o texto. A assunto ganhou grande repercussão na mídia após as inserções partidárias divulgadas pelo PPS em rede nacional de rádio e televisão alertando sobre a intenção do governo de mexer na caderneta de poupança. Leia abaixo a íntegra da nota.

A CADERNETA DE POUPANÇA E O “LOBBY” DO SISTEMA FINANCEIRO

Tendo em vista a repercussão da inserção de rádio e TV do PPS alertando a população sobre o desejo do governo Lula de mexer na poupança, o ativo financeiro mais popular do país, o Partido Popular Socialista reitera que a questão da poupança tem um caráter técnico, mas adquiriu conotações políticas porque tal medida visa apenas atender ao forte lobby do setor financeiro, que tem se beneficiado enormemente da atual gestão econômica.

Essa tentativa de mudança foi inventada pelos bancos – e assumida pela equipe econômica do governo – para manter o lucro do mercado financeiro, que cobra taxas de administração absurdas de até 4% ao ano para gerenciar os fundos de renda fixa, que são basicamente indexados à taxa Selic, enquanto no exterior, devido a uma maior concorrência do setor bancário, a taxa média de administração é de 0,5% ao ano. Quando a Selic era muito alta, tal custo era "diluído". Agora com ela chegando a um dígito, as taxas de administração tornam esses fundos não competitivos em relação à poupança. Este é o primeiro problema a ser enfrentado.

Assim sendo, uma questão aparentemente “técnica” é, na verdade, uma escolha política do governo Lula para tentar manter a equação macroeconômica que tem proporcionado os maiores ganhos da história do sistema financeiro brasileiro.

A verdadeira crise econômico-financeira pela qual o mundo passa, que teve como epicentro a ausência de regulação do sistema financeiro internacional e se reflete de forma intensa no Brasil, coloca para todos nós o retorno da centralidade da ação política como instrumento da cidadania não apenas para o enfrentamento momentâneo da crise mas, sobretudo, para assentar as bases de um novo desenvolvimento econômico, ambientalmente sustentável e socialmente justo.

Belo Horizonte, MG, 27 de abril de 2009

Comissão Executiva do Diretório Nacional do PPS

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