DEU EM O GLOBO
Diretor de "Tropa de elite 2", José Padilha negou estar apoiando Dilma Rousseff - embora tenha sido incluído no manifesto de artistas a favor dela. Em nota, o cineasta disse que "a falta de crítica e de compromisso com a verdade" marca os dois candidatos. O sociólogo Emir Sader, que redigiu o manifesto, disse ter sido informado do apoio de Padilha. A CUT admitiu o erro.
Diretor de "Tropa" não aderiu a manifesto
Padilha diz que não apoia candidatura de Dilma, como fora divulgado pela campanha
Fabio Brisolla e Adauri Antunes Barbosa
RIO, SÃO PAULO E GOIÂNIA. O encontro da candidata do PT, Dilma Rousseff, com artistas e intelectuais renovou o ânimo de parte da militância do partido, mas resultou em irritação no caso do cineasta José Padilha, diretor do blockbuster Tropa de Elite 2. O nome de Padilha acabou incluído indevidamente no manifesto de pessoas a favor da candidatura de Dilma, divulgado na noite de segunda-feira durante a evento promovido no Teatro Oi Casa Grande, no Leblon.
Ontem à tarde, Padilha publicou uma nota no site oficial do filme “Tropa de Elite 2”, onde negou seu apoio à candidatura de Dilma.
No texto, o diretor criticou a postura adotada pelas duas campanhas que disputam a eleição presidencial.
E frisou: “Não pertenço a nenhum partido político, agremiação, sindicato ou lista de apoio a candidatos, na qual eu não tenha me inscrito voluntariamente”.
Ele prosseguiu esclarecendo que, diferentemente das informações divulgadas em sites e pelo Twitter, não aderiu “a candidato algum nesta eleição pelos motivos explícitos em Tropa de Elite 2.” E encerrou a nota com um desabafo: “É uma pena que a falta de crítica e de compromisso com a verdade esteja sendo a principal marca dos dois lados desta campanha presidencial. Um desrespeito ao eleitor brasileiro.” O manifesto de artistas e intelectuais a favor da candidatura de Dilma foi redigido pelo sociólogo Emir Sader, com a participação do escritor e jornalista Eric Nepomuceno e do teólogo Leonardo Boff, os três principais articuladores do encontro realizado no Rio. A maioria dos nomes listados no documento impresso em quatro páginas, que trazia uma foto de Dilma na capa, foi confirmada por mensagens de e-mail.
Ao tentar explicar a inclusão de Padilha no manifesto, Sader preferiu não se estender sobre o assunto.
— Eu recebi a informação com a confirmação de Padilha. Mas se ele diz que não, então tudo bem — explicou o sociólogo, que não lembrou quem havia encaminhado a confirmação de Padilha.
O documento impresso distribuído pelos organizadores do encontro com artistas e intelectuais tinha aproximadamente 5 mil assinaturas.
Porém, já na segunda-feira, Sader informou que o número de confirmações no manifesto através da internet já ultrapassava a marca de 10 mil nomes. A lista reúne centenas de acadêmicos ligados a universidades de todo o país, além de músicos, atores e muitos profissionais ligados ao cinema.
Ruy Guerra, Murilo Salles, Eryk Rocha, Roberto Berliner e Mariza Leão estão entre os cineastas presentes. Todos os citados acima, no entanto, confirmaram o apoio à candidata do PT.
O encontro no Teatro Oi Casagrande contou ainda com uma presença inesperada, a cantora Elba Ramalho. Ela votou em Marina Silva no primeiro turno e, em entrevista ao GLOBO, logo no começo do segundo turno, disse que agora pretendia votar em Serra.
— Nunca declarei oficialmente que ia votar no Serra. Passei a acompanhar os debates e gostei da Dilma — disse Elba anteontem, apesar de ter dito, sim, que votaria em Serra.
O suposto apoio de José Padilha ao PT causou repercussão até mesmo na Central Única dos Trabalhadores (CUT). O presidente da entidade, Artur Henrique, chegou a postar a seguinte mensagem na internet: “Diretor de Tropa de Elite, Chico Buarque, Zeca Pagodinho e muitos outros estão com Dilma. E você?”.
Posteriormente, o dirigente da CUT disse que cometeu um equívoco ao anunciar em seu blog e no Twitter que Padilha estaria apoiando a candidatura de Dilma. Ele disse que incluiu a informação no blog baseado na lista divulgada no Rio.
Em Goiânia, questionada sobre nota de Padilha, a candidata do PT disse que desconhecia o assunto.
— Eu não sei. Eu não pedi o apoio de ninguém. Agora, se ele (Padilha) não quer assinar, perfeitamente, ele tem todo o direito de não assinar — limitou-se a dizer Dilma, antes de seguir para o comício ao lado do presidente Lula.
Diretor de "Tropa de elite 2", José Padilha negou estar apoiando Dilma Rousseff - embora tenha sido incluído no manifesto de artistas a favor dela. Em nota, o cineasta disse que "a falta de crítica e de compromisso com a verdade" marca os dois candidatos. O sociólogo Emir Sader, que redigiu o manifesto, disse ter sido informado do apoio de Padilha. A CUT admitiu o erro.
Diretor de "Tropa" não aderiu a manifesto
Padilha diz que não apoia candidatura de Dilma, como fora divulgado pela campanha
Fabio Brisolla e Adauri Antunes Barbosa
RIO, SÃO PAULO E GOIÂNIA. O encontro da candidata do PT, Dilma Rousseff, com artistas e intelectuais renovou o ânimo de parte da militância do partido, mas resultou em irritação no caso do cineasta José Padilha, diretor do blockbuster Tropa de Elite 2. O nome de Padilha acabou incluído indevidamente no manifesto de pessoas a favor da candidatura de Dilma, divulgado na noite de segunda-feira durante a evento promovido no Teatro Oi Casa Grande, no Leblon.
Ontem à tarde, Padilha publicou uma nota no site oficial do filme “Tropa de Elite 2”, onde negou seu apoio à candidatura de Dilma.
No texto, o diretor criticou a postura adotada pelas duas campanhas que disputam a eleição presidencial.
E frisou: “Não pertenço a nenhum partido político, agremiação, sindicato ou lista de apoio a candidatos, na qual eu não tenha me inscrito voluntariamente”.
Ele prosseguiu esclarecendo que, diferentemente das informações divulgadas em sites e pelo Twitter, não aderiu “a candidato algum nesta eleição pelos motivos explícitos em Tropa de Elite 2.” E encerrou a nota com um desabafo: “É uma pena que a falta de crítica e de compromisso com a verdade esteja sendo a principal marca dos dois lados desta campanha presidencial. Um desrespeito ao eleitor brasileiro.” O manifesto de artistas e intelectuais a favor da candidatura de Dilma foi redigido pelo sociólogo Emir Sader, com a participação do escritor e jornalista Eric Nepomuceno e do teólogo Leonardo Boff, os três principais articuladores do encontro realizado no Rio. A maioria dos nomes listados no documento impresso em quatro páginas, que trazia uma foto de Dilma na capa, foi confirmada por mensagens de e-mail.
Ao tentar explicar a inclusão de Padilha no manifesto, Sader preferiu não se estender sobre o assunto.
— Eu recebi a informação com a confirmação de Padilha. Mas se ele diz que não, então tudo bem — explicou o sociólogo, que não lembrou quem havia encaminhado a confirmação de Padilha.
O documento impresso distribuído pelos organizadores do encontro com artistas e intelectuais tinha aproximadamente 5 mil assinaturas.
Porém, já na segunda-feira, Sader informou que o número de confirmações no manifesto através da internet já ultrapassava a marca de 10 mil nomes. A lista reúne centenas de acadêmicos ligados a universidades de todo o país, além de músicos, atores e muitos profissionais ligados ao cinema.
Ruy Guerra, Murilo Salles, Eryk Rocha, Roberto Berliner e Mariza Leão estão entre os cineastas presentes. Todos os citados acima, no entanto, confirmaram o apoio à candidata do PT.
O encontro no Teatro Oi Casagrande contou ainda com uma presença inesperada, a cantora Elba Ramalho. Ela votou em Marina Silva no primeiro turno e, em entrevista ao GLOBO, logo no começo do segundo turno, disse que agora pretendia votar em Serra.
— Nunca declarei oficialmente que ia votar no Serra. Passei a acompanhar os debates e gostei da Dilma — disse Elba anteontem, apesar de ter dito, sim, que votaria em Serra.
O suposto apoio de José Padilha ao PT causou repercussão até mesmo na Central Única dos Trabalhadores (CUT). O presidente da entidade, Artur Henrique, chegou a postar a seguinte mensagem na internet: “Diretor de Tropa de Elite, Chico Buarque, Zeca Pagodinho e muitos outros estão com Dilma. E você?”.
Posteriormente, o dirigente da CUT disse que cometeu um equívoco ao anunciar em seu blog e no Twitter que Padilha estaria apoiando a candidatura de Dilma. Ele disse que incluiu a informação no blog baseado na lista divulgada no Rio.
Em Goiânia, questionada sobre nota de Padilha, a candidata do PT disse que desconhecia o assunto.
— Eu não sei. Eu não pedi o apoio de ninguém. Agora, se ele (Padilha) não quer assinar, perfeitamente, ele tem todo o direito de não assinar — limitou-se a dizer Dilma, antes de seguir para o comício ao lado do presidente Lula.
Nenhum comentário:
Postar um comentário