Governador e presidente trataram das desavenças entre seus partidos; Dilma promete não fazer campanha no Recife
Christiane Samarco
BRASÍLIA - Em guerra com o PT do Recife, o governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, está em campanha pelo Brasil, mas Belo Horizonte ficará fora do seu roteiro nas eleições municipais. Depois de comprar uma briga pessoal com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que decidiu enfrentá-lo na capital e não esconde a mágoa pelo rompimento da aliança pernambucana, ele não quer confronto com o governo.
Campos já avisou à presidente Dilma Rousseff que não vai se meter na disputa mineira. Ela, por sua vez, também não fará campanha no Recife, onde o governador lançou Geraldo Júlio (PSB) contra a candidatura do senador petista Humberto Costa.
No encontro que teve com Dilma para tratar das desavenças entre seus partidos, Campos afirmou que vencer na capital de seu Estado é uma questão de honra, assim como ganhar em São Paulo é fundamental para o PT.
Sabendo que em Belo Horizonte se dará o grande embate nacional, com Dilma patrocinando a candidatura petista, o governador lembrou ter advertido o prefeito Marcio Lacerda (PSB) sobre o impacto e as consequências do fim da aliança com o PT na capital mineira. E deixou claro que BH é responsabilidade do senador Aécio Neves (PSDB-MG), o mais forte cabo eleitoral do prefeito contra o ex-ministro Patrus Ananias (PT), candidato da presidente.
Discurso. Neste cenário, Lacerda, Aécio e dirigentes socialistas já afinaram o discurso para deixar o presidente nacional do PSB confortável na disposição de manter distância de Belo Horizonte. Tucanos, socialistas e aliados de outras 17 legendas que se uniram em torno da reeleição do prefeito defendem a tese de que quem decide as eleições em Minas são os mineiros.
A estratégia de Aécio e Lacerda é atacar o que chamam de "invasão de Belo Horizonte" promovida por Dilma, pelo vice-presidente Michel Temer (PMDB) e pelo prefeito de São Paulo e presidente nacional do PSB, Gilberto Kassab. Alegam que a candidatura de Patrus é fruto da intervenção de direções paulistas nas regionais mineiras do PMDB e do PSD. Por isso, argumentam que a participação de Eduardo Campos é no mínimo dispensável.
"O Eduardo não quer confronto com o governo, nem com a presidente Dilma, nem com o PT", destaca o senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF).
FONTE: O ESTADO DE S. PAULO
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