sábado, 22 de junho de 2013

Cristovam quer extinção dos partidos

Senador ocupa a tribuna e afirma que, diante das manifestações nas ruas, é preciso abolir os partidos no País

BRASÍLIA - Em discurso ontem na tribuna da Casa, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) defendeu a extinção dos partidos políticos no Brasil. Ao comentar as manifestações que se multiplicam pelo país, Cristovam disse que para atender às reivindicações dos manifestantes "é necessário abolir os partidos". "Talvez eu radicalize agora, mas acho que para atender o que eles querem nós precisaríamos de uma lei com 32 letras: estão abolidos os partidos, estão abolidos todos os partidos. Isso sensibilizaria a população lá fora. Hoje, nada unifica mais todos os militantes e manifestantes do que a ojeriza, a desconfiança, a crítica aos partidos políticos", afirmou.

O senador disse que talvez seja a hora de dizer: estão abolidos todos os partidos para colocar outra coisa em seu lugar. Cristovam citou a ex-senadora Marina Silva, que articula a criação do partido Rede de Sustentabilidade, ao afirmar que sigla vai entrar no mesmo sistema das demais que já existem no país.

"Mesmo que o partido (Rede) tenha o nome do que não é partido, é partido: teve de conseguir as assinaturas, vai entrar no mesmo sistema, vai receber fundo partidário, porque espero que a lei que o proíbe de receber não passe aqui."

O senador defendeu a reorganização dos agentes políticos brasileiros com a criação de um novo formato de partidos e da maneira de fazer política. "Nossos partidos não refletem mais o que o povo precisa com seus representantes, nem do ponto de vista do conteúdo, nem do ponto de vista da forma."

O parlamentar também defendeu a realização Assembleia Constituinte exclusiva para discutir reforma política - no prazo máximo de um ano. A reforma, na opinião de Cristovam, deve incluir permissão para o chamado voto avulso, em candidatos não filiados a nenhum partido. "Creio que essa é uma proposta que poderia levar à revolução. Não há manifestação de um milhão de pessoas em um dia que não exija uma revolução." Na opinião do senador, os milhares de manifestantes não vão aceitar nada menos que um revolução no país.

Discursos

Desde a noite de quinta-feira as manifestações realizadas em diversas cidades do país dominam os discursos dos senadores. Eles mantiveram a sessão plenária até pouco depois da meia-noite, numa espécie de vigília paralela aos protestos nas ruas. Os poucos que permaneceram no plenário, no máximo cinco senadores, se revezaram em discursos para comentar as manifestações.

Os senadores Pedro Taques (PDT-MT) e Pedro Simon (PMDB-RS) também defenderam a convocação de uma Assembleia Constituinte para discutir exclusivamente a reforma política - principal reivindicação dos manifestantes, na opinião dos congressistas. "Quando o senador Cristovam fala em convocar uma Assembleia Nacional Constituinte, eu entendo o porquê. É porque ele, como toda a sociedade, não acredita no Congresso Nacional, duvida que nós façamos alguma emenda positiva a favor do povo brasileiro", disse Simon.

Vice-presidente do Senado, o senador Jorge Viana (PT-AC) afirmou que os protestos nas ruas do Brasil não miram em nenhum partido ou governo, mas no sistema político em geral. "Não há uma ação direta contra governo A, B, C ou D, mas contra tudo e contra todos. É um questionamento às instituições", afirmou o petista.

Fonte: Jornal do Commercio (PE)

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