O anúncio da presidente Dilma Rousseff (PT) da liberação de R$ 7,3 bilhões para obras de mobilidade urbana na Região Metropolitana de Belo Horizonte – desde que o governo estadual e a prefeitura da capital apresentem os projetos e a estruturação das obras – foi criticado pelos tucanos mineiros. A direção do partido no estado disse que a presidente está "mal informada", fez várias afirmativas "dissociadas da realidade", "atrasa" a vida do belo-horizontino e tem o "péssimo hábito" de anunciar a mesma obra várias vezes.
"O esforço que a presidente Dilma faz para mostrar intimidade com Minas Gerais é tão artificial que as informações são imprecisas. Não basta ter a certidão de nascimento em Minas, é preciso ter espírito mineiro", afirmou o presidente estadual do PSDB, o deputado federal Marcus Pestana. Para ele, Lacerda e Anastasia são excelentes gestores e as declarações da presidente cobrando projetos é um "jogo de empurra que não constrói nada".
Entre as promessas da petista está a liberação de R$ 2 bilhões para a construção do ramal do metrô ligando o Calafate à região hospitalar e a linha 3, que vai ligar a Savassi ao Belvedere. "O primeiro anúncio feito pela presidente foi em fevereiro de 2011 no lançamento do PAC Mobilidade. Depois ela veio a BH, em setembro de 2011, e anunciou de novo. Nada aconteceu em 2011 e 2012. O convênio somente foi assinado em abril de 2013 com a liberação pelo Ministério das Cidades, através da Caixa, de recursos para o projeto", diz trecho da nota divulgada pela direção do PSDB.
Segundo o governo mineiro, em abril foram iniciados os trabalhos de topografia, que devem terminar em outubro. Já os projetos de engenharia nas três linhas do metrô têm previsão de ficar prontos em abril do ano que vem. "Falta o principal: que é o governo federal assinar o convênio de descentralização do metrô para o estado e para os municípios de Belo Horizonte e Contagem", reclamam os tucanos na nota.
A presidente Dilma previu ainda que entre maio e junho de 2014 serão contratadas as obras para a revitalização do Anel Rodoviário. Outro ponto criticado pela oposição. "Minas está apreensiva com os atrasos do governo federal: as etapas em andamento foram formalizadas com um atraso de pelo menos seis meses. Até agora, as obras que serão tocadas pelo governo de Minas não foram delegadas ao estado pelo governo federal."
Também em nota à imprensa, o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (PSDB), afirmou que a visita de Dilma ao estado mostra "profundo desinteresse" dos governos federais do PT com o estado. "A presidente volta a Minas para anunciar de novo as mesmas promessas, inaugurar um câmpus universitário que já funciona desde o ano passado e tentar transferir para terceiros responsabilidades que são exclusivamente do seu governo."
A petista esteve em Varginha na quarta-feira e visitou instalações de uma unidade da Universidade Federal de Alfenas (Unifal), que começou a funcionar em 2009, mas ganhou sede própria no ano passado. O senador tucano reclamou ainda que outros estados receberão centenas de milhões do governo federal para seus metrôs, enquanto o de Belo Horizonte ainda não saiu do papel, e que a duplicação da BR-381 se transformou "subitamente" em uma obra menor que a prometida.
Burocracia
O governador Antonio Augusto Anastasia (PSDB) afirmou ontem que o estado já iniciou a elaboração dos projetos necessários para a liberação da verba prometida pela presidente e lamentou a "concentração de recursos na esfera federal. O tucano evitou falar em prazos, segundo ele, em razão da "burocracia" do Estado brasileiro.
Fonte: Estado de Minas
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