sexta-feira, 6 de junho de 2014

PSB deve contrariar Marina e definir nesta sexta apoio a Alckmin

• Partido sonha em atrair eleitores tucanos de São Paulo para Eduardo Campos

Sérgio Roxo – O Globo

SÃO PAULO — O PSB deve aprovar amanhã, em reunião do Diretório Estadual, o apoio à reeleição do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB). A posição contraria a vice da chapa presidencial da legenda, a ex-senadora Marina Silva, que defende uma candidatura própria no estado.

Na votação, será decidido se o posto de vice é condição para o acerto com os tucanos. A aposta é que Alckmin rejeitará a ideia de ter o ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab (PSD) como vice. Os dirigentes do PSB, porém, admitem ficar só com a vaga da chapa ao Senado.

Hoje, Marina e Campos ainda falavam em ter uma candidatura própria em São Paulo.

— Tanto eu quanto o Eduardo, principalmente ele, temos persistindo em termos um projeto que esteja coerente com esse movimento. Estamos trabalhando para que o movimento (de ter candidato próprio) que estamos conseguindo em todos os estados, possamos conseguir aqui também em São Paulo — disse Marina.

— Nós, desde o primeiro momento, defendemos uma posição política da constituição da candidatura própria. Tem gente que trabalha para viabilizar isso, e tem gente que trabalha para inviabilizar. Eu trabalho para viabilizar. Mas não vou ficar discutindo uma questão de São Paulo passando por cima dos que devem liderar o processo no estados — disse Campos.

Apesar das declarações, a convocação para a reunião do Diretório Estadual do PSB postada no “site” da legenda já dizia que o encontro de amanhã tem como objetivo tratar “da aprovação e coligação majoritária com Geraldo Alckmin”.

Se confirmada a aprovação da aliança, a Rede, partido que Marina tentou criar e foi rejeitado pela Justiça Eleitoral, vai seguir um outro caminho e apoiar o candidato do PV ao governo paulista, Gilberto Natalini. Para a reunião de amanhã foram convidados todos os pré-candidatos a deputado do PSB no estado, mas os integrantes da Rede abrigados no partido avisaram que não irão.

Os dirigentes do PSB acreditam que a união com Alckmin pode dividir o PSDB paulista na eleição presidencial. Eles esperam que prefeitos do partido do governador optem por Campos, em detrimento do senador tucano Aécio Neves (MG), também pré-candidato a presidente. A estratégia inclui a montagem de 40 comitês nas maiores cidades paulistas apelidados de “Edualdo”, em referência aos primeiros nomes (Eduardo e Geraldo) dos dois candidatos.

— O PSB quer fazer um projeto para ganhar eleição presidencial. E, com isso, apoia Alckmin, que também representa os valores éticos que o povo busca na política — disse o vice-presidente estadual do PSB de São Paulo e prefeito de Campinas, Jonas Donizette.

Hoje, após participar de um seminário para ambientalistas, no qual discutiu os temas que vão pautar a construção de seu programa de governo para o setor, Campos foi a Mato Grosso do Sul anunciar apoio ao candidato a governador pelo PMDB, Nelson Trad Filho, ligado ao agronegócio.

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