- Folha de S. Paulo
SÃO PAULO - Depois de três meses, o juiz federal Sergio Moro, responsável pelas ações da Lava Jato na primeira instância, voltou a despachar nos procedimentos da operação relacionados ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Em medida expedida na quinta-feira (23), Moro determinou que as defesas renovem perante a Justiça Federal no Paraná os pedidos que tinham sido formulados junto ao STF (Supremo Tribunal Federal). Também ordenou que apresentem suas procurações.
Há duas semanas, o ministro do Supremo Teori Zavascki determinou que a maior parte das investigações envolvendo o petista que estavam no Supremo fosse devolvida para Moro.
O juiz paranaense era o responsável pelos inquéritos da 24ª fase da Lava Jato, deflagrada em março e que investigou se o ex-presidente foi beneficiado por empreiteiras. Ainda naquele mês, porém, todo o caso foi remetido ao Supremo devido à possibilidade de envolver autoridades com foro.
No despacho desta semana, Moro afirmou ainda que será observado o sigilo decretado pelo Supremo sobre um dos procedimentos dessa fase da Lava Jato, no qual estão interceptações telefônicas envolvendo o ex-presidente.
O juiz, porém, ressaltou que o áudio do telefonema para Lula e a presidente Dilma Rousseff, "atualmente afastada", está "invalidado", conforme a mesma decisão de Zavascki.
Desde a época da operação, o Instituto Lula vem negando que o petista tenha cometido qualquer irregularidade. Nesta semana, o ex-presidente pediu à Procuradoria Geral da República que apure se Moro cometeu abuso de autoridade contra sua família.
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