- Folha de S. Paulo
Pouco mais de dois meses após tomar posse, o governo Temer vai se ajeitando e começa a melhorar na reta final de sua primeira batalha decisiva: o julgamento do impeachment de Dilma Rousseff.
Como diriam os cronistas esportivos, sobe de rendimento na hora certa. Não chega a ser um desempenho que encante a galera, que se mostra mais confiante com o novo técnico do país, mas ainda está com um pé atrás sobre seu potencial.
Esse é o retrato da pesquisa Datafolha, que corrobora o que a equipe de Temer vinha dizendo nos bastidores e joga uma ducha de água fria na presidente afastada e aliados.
Dilma contava com um fracasso na gestão Temer para ouvir o grito das arquibancadas de "volta, Dilma". No início do jogo, ficou até animada com os tropeços de seu reserva, que ocupou seu lugar no campo e está com toda pinta de virar titular.
Afinal, o Datafolha mostrou que metade da população prefere que Temer continue no lugar da petista. Até que Dilma não fez feio, 32% desejam sua volta, mas é número incapaz de gerar uma pressão avassaladora pelo seu retorno ao posto.
Mais importante para Temer é que seu governo passou a despertar mais otimismo nos brasileiros em relação ao futuro da economia e sua situação pessoal. E tem avaliação melhor do que a da antecessora.
Daí que a hipótese de volta da petista gera arrepios em muita gente. Em três conversas, um empresário, um executivo e um banqueiro tiveram a mesma reação sobre tal possibilidade: o país interrompe a tímida reação e quebra de vez.
Dois gostavam de Dilma. O terceiro, nem um pouco. Refletem o sentimento de que ela pode até sofrer um julgamento juridicamente frágil, mas errou e seu tempo passou.
Enfim, o clima começou a desanuviar no Palácio do Planalto com o time de Temer jogando para o gasto na hora certa, perto de sua primeira grande batalha. Superada, terá de mostrar a que veio. A conferir.
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