- Folha de S. Paulo
A Secom (Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República) lançou neste início de ano edital para contratar as agências de propaganda que administrarão a maior conta de publicidade da Esplanada dos Ministérios.
O cobiçado contrato de R$ 208 milhões, por 12 meses, desperta futricas. No submundo da capital federal, teses sobre um possível jogo de cartas marcadas.
No Ministério da Saúde, segunda maior verba de publicidade do governo federal (R$ 205 milhões), levaram a disputa agências de origem questionável ou com DNA de velhos conhecidos —como os do marqueteiro baiano Duda Mendonça e de Antonio Lavareda, cientista político e conselheiro de Michel Temer.
Teorias conspiratórias de lado, milhões de reais em dinheiro público são gastos com propaganda e comunicação oficial. E o resultado?
O governo comunica-se mal, vende-se com meias verdades, bate cabeça internamente e expõe-se publicamente. Erra muito —mais do que o aceitável.
A propaganda sobre os 120 dias do governo Temer exibe exageros e chega a celebrar medida assinada pela pena alheia —no caso a de Dilma Rousseff, que sancionou a Lei da Repatriação. Os louros foram colhidos pela gestão peemedebista.
Na semana passada, peças publicitárias sobre violência no trânsito, avalizadas pela Secom, causaram furor nas redes sociais. Com a polêmica, a campanha "Gente boa também mata" acabou sendo parcialmente suspensa.
O Leão de Ouro teria ido para a fala atrasada e desastrada de Temer (sugerida por algum marqueteiro?) sobre o massacre no presídio em Manaus, que classificou de "acidente pavoroso".
Só não o foi porque o secretário Nacional de Juventude, Bruno Júlio (PMDB-MG), agora demissionário, superou a gafe presidencial com o slogan: "Tinha que matar mais. Uma chacina por semana".
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