Cármen deve decidir já homologação da delação da Odebrecht, defende OAB
• Em nota pública, presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Claudio Lamachia, afirma que 'sociedade brasileira exige definição imediata sobre os rumos da principal investigação no País, a Lava Jato'
Beatriz Bulla, Rafael Moraes Moura e Fausto Macedo | O Estado de S. Paulo
O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Claudio Lamachia, disse neste domingo, 22, que ‘a sociedade exige definição imediata sobre os rumos da principal investigação em curso no país, a Lava Jato’.
Em nota pública, a OAB defende que a presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Cármen Lúcia, decida ‘desde já sobre a homologação ou não das delações’. Ele se refere às delações de 77 executivos e funcionários da Odebrecht que estavam sob o crivo do ministro Teori Zavascki – relator da Lava Jato que morreu na tarde de quinta-feira, 19, quando o avião em que viajava caiu no mar de Paraty, no Rio.
Ainda não há substituto para Teori na relatoria da Lava Jato no Supremo.
A OAB também considera que não faz sentido os ministros do Supremo só retornarem à Corte no fim do recesso.
” Não é cabível que, em situações excepcionais como esta, se aguarde o fim do recesso para que tal providência seja tomada. Nesses termos, é fundamental para o país que a ministra Cármem Lúcia, desde já, decida sobre a homologação ou não das delações. Não há tempo a perder. É o que a sociedade brasileira espera.”
“O país não pode caminhar em meio a dúvidas e suspeições suscitadas pela indefinição decorrente do trágico falecimento do ministro Teori Zavaski. Ele próprio estava ciente dessa urgência, que o levou a organizar uma força tarefa para dar continuidade aos trabalhos no recesso”, argumenta a Ordem.
LEIA A INTEGRA DA NOTA DA OAB
” A sociedade brasileira exige definição imediata sobre os rumos da principal investigação em curso no país, a Lava Jato.”
Não é cabível que, em situações excepcionais como esta, se aguarde o fim do recesso para que tal providência seja tomada.
Nesses termos, é fundamental para o país que a ministra Carmem Lúcia, desde já, decida sobre a homologação ou não das delações. Não há tempo a perder. É o que a sociedade brasileira espera.
O país não pode caminhar em meio a dúvidas e suspeições suscitadas pela indefinição decorrente do trágico falecimento do ministro Teori Zavaski. Ele próprio estava ciente dessa urgência, que o levou a organizar uma força tarefa para dar continuidade aos trabalhos no recesso.
A interrupção dos trabalhos, além de grave desserviço público, desmerece sua memória. É necessário ainda que se aproveitem o conhecimento e a memória histórica dos juízes federais que o auxiliaram durante o já longo trâmite desse processo. São magistrados qualificados, com profundo domínio do caso. Esse conhecimento não pode de modo algum ser desperdiçado, não apenas em nome da lógica e do bom senso, mas sobretudo em nome dos mais elementares fundamentos éticos da Justiça.”
Claudio Lamachia, presidente nacional da OAB
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