Valor Econômico
Se Bolsonaro conseguir ser reeleito, Guedes
continuará ministro da Economia
A economia vai virar o jogo nas eleições de
2 de outubro, acreditam fontes oficiais. Paulo Guedes, ministro da Economia,
estava certo quando disse a interlocutores internacionais, durante a reunião do
Fórum Econômico Mundial, em Davos (Suíça), em junho, que eles teriam que rever
os números da economia para baixo enquanto o Brasil faria a revisão para cima,
dizem essas mesmas fontes. De fato, enquanto o mundo desenvolvido se avizinha
da recessão, o Brasil deverá crescer algo próximo a 2%, ao invés do 1,5%
estimado anteriormente, sustentam os economistas do governo.
Mas aqui tem um porém: um maior crescimento
da atividade em 2022 está reduzindo o tamanho da recuperação da economia para
2023.
A pesquisa Focus, do Banco Central, aponta esse fenômeno tanto para o PIB quanto para a inflação, medida pelo IPCA. A mediana das expectativas para o PIB deste ano era de 1,93% na semana anterior e hoje é de 1,97%. Para 2023, a expectativa é de uma variação de 0,40%, em comparação com 0,49% na semana anterior.
Esses são dados da última pesquisa Focus,
feita na semana passada. Olhando as expectativas para o IPCA, chega-se ao mesmo
processo gradual de melhora para este ano e piora paulatina para o próximo.
Assim, a inflação que seria de 7,30% na
semana anterior hoje caiu para 7,15%. Mas para 2023 houve uma ligeira piora,
com a inflação saindo de 5,30% para 5,33%. Há quatro semanas, a expectativa era
de uma variação de 7,96% para o índice de preços deste ano e de 5,01% para o
IPCA de 2023.
Embora não se possa desconsiderar que a
recessão na Europa e nos Estados Unidos irá atingir a economia brasileira, há
um argumento de que desta vez a eventual recessão mundial nos afetará menos,
pois o país está em uma posição de dar segurança alimentar para o mundo e têm
fontes renováveis de energia.
O país conta, ainda, com cerca de R$ 800
bilhões de investimentos contratados para os próximos dez anos, que vão gerar
emprego e renda para a população.
A taxa de juros que teve um novo aumento,
para 13,75% ao ano e deverá ter mais uma elevação, é que está segurando o
crescimento que poderia ser de 4% ao ano, o dobro das projeções do governo.
Guedes preconiza um papel relevante para o
Brasil no pós-pandemia e no pós-guerra da Rússia com a Ucrânia. Por sua posição
geográfica o Brasil está próximo dos Estados Unidos e da Zona do Euro, uma das
exigências da economia mundial do pós-pandemia que comprometeu as cadeias de
produção e o fornecimento de insumos e bens. E é um país amigável, exigência do
pós-guerra.
“Paulo Guedes continuará como ministro da
Economia do próximo governo caso o presidente Jair Bolsonaro seja reeleito”,
assegurou uma fonte que está convencida de que Guedes permanecerá no comando da
pasta por mais quatro anos, podendo, assim, implementar seu programa liberal e
fazer as privatizações que não conseguiu no primeiro mandato.
A taxa de desemprego formal caiu de 14,9%
para 9%. As fontes criticam os “mas, porém...” que sempre vem na sequência de
uma boa notícia. Há, também aqui, um porém: o desemprego cai, mas essa queda
vem acompanhada de redução dos rendimentos, argumentam os que veem com reservas
os dados do governo.
A inflação, sobretudo dos alimentos, traz
sérios transtornos para a vida das pessoas e aumentou o contingente de
brasileiros que passam fome. Foi acertada a decisão de aumentar o Auxílio
Brasil de R$ 400 para R$ 600 - embora a inflação já tenha se apropriado desse
aumento - assim como a de reduzir os impostos sobre os combustíveis, salientam
fontes oficiais.
O resultado dessas medidas é uma bem-vinda
deflação no mês.
Aqui também se vê o porém: essas são
medidas de curta duração, porque a previsão é de que tanto o aumento da
transferência de renda quanto a redução de preço dos combustíveis durem somente
até dezembro. Outra questão que se coloca é o impacto fiscal se o próximo
governo quiser perpetuar o aumento do auxílio.
Quando os interlocutores de Guedes
alertavam para os problemas do país, com as rachaduras institucionais que o
presidente Bolsonaro anda apregoando aos quatro ventos, o ministro da Economia
chamava a atenção para que não subestimassem a força da democracia brasileira.
“O mercado de trabalho continua forte, a
arrecadação de impostos e contribuições quebra recordes e o país tem recorde de
exportações e de fluxo de comércio”, prosseguiu o ministro.
Para um bom contingente de assessores da
economia, as polêmicas criadas por Jair Bolsonaro e seu proclamado gosto pela
ditadura militar são “pura retórica” que tiveram um resultado interessante até
agora, ao expor a “militância” de alguns ministros da Suprema Corte.
Eles negam a possibilidade de danos maiores
à democracia e atribuem ao presidente Bolsonaro um jeito peculiar de ser. Ele é
provocador e tem apreço pelo confronto, dizem.
Será mesmo que é só isso?
3 comentários:
Esse Guedes tira votos de Bolsonaro porque ele não é simpático e não entende bulufa de administração e de leis.
Você tem toda razão, a afirmação do ministro Paulo Guedes está sendo confirmada no dia dia nas ruas e até nas pesquisas tendenciosas
O FMI disse que o mundo passará por uma situação econômica sombria, e que o único país que está fora dessa perspectiva negativa é o Brasil, isso a imprensa do consórcio não comentou
A economia do País vai de vento em popa.
Tá.
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