Correio Braziliense
Fux reiterou que “nossa
democracia conta com um dos sistemas eleitorais mais eficientes, confiáveis e
modernos de todo o mundo” e “uma justiça eleitoral transparente”
O presidente do Supremo Tribunal Federal
(STF), ministro Luiz Fux, no discurso de abertura do semestre, reverberou o
fortalecimento da Corte em razão do maciço apoio que recebeu da sociedade
civil, nos dois manifestos anunciados na semana passada, um liderado por
juristas ligados à tradicional Faculdade de Direito do Largo do São Francisco,
e o outro por empresários e banqueiros ligados à Federação das Indústrias de
São Paulo (Fiesp) e à Federação Brasileira dos Bancos (Febraban),
respectivamente. Ambos foram uma resposta aos ataques feitos pelo presidente
Jair Bolsonaro (PL) às urnas eletrônicas, à Justiça Eleitoral e ao Tribunal
Superior Eleitoral (TSE), em particular, aos ministros do STF Luís Roberto
Barroso, Édson Fachin e Alexandre de Moraes — respectivamente ex, atual e
futuro presidente da Corte eleitoral.
Fux reiterou que “nossa democracia conta com um dos sistemas eleitorais mais eficientes, confiáveis e modernos de todo o mundo” e “uma Justiça Eleitoral transparente, compreensível e aberta a todos aqueles que desejam contribuir positivamente para a lisura do prélio eleitoral”. O presidente do STF também condenou a violência nas eleições: “O Supremo Tribunal Federal anseia que todos os candidatos aos cargos eletivos respeitem os seus adversários, que, efetivamente, não são seus inimigos. Confia na civilidade dos debates e, principalmente, na paz que nos permita encerrar o ciclo de 2022 sem incidentes”, disse.
Na mesma sessão, o ministro Alexandre de
Moraes, que presidirá o TSE durante as eleições de outubro, fez uma defesa
enfática do atual sistema de votação: “Quem conhece as urnas eletrônicas, quem
conhece o sistema de votação, se de boa-fé for, certamente vai verificar que
nós podemos nos orgulhar do nosso sistema eleitoral”.
Entretanto, no mesmo dia de reabertura dos
trabalhos da Corte, Bolsonaro exibiu os músculos, anunciando a indicação de
dois ministros para o Superior Tribunal de Justiça (STJ) que não estavam entre
os preferidos da maioria do Supremo: Paulo Sérgio Domingues, juiz do Tribunal
Regional Federal da 3ª Região (TRF-3), que tem o apoio de Humberto Martins e da
futura presidente do STJ, Maria Thereza de Assis Moura; e Messod Azulay Neto,
juiz do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, indicado pelo senador Flávio
Bolsonaro (PL-RJ), filho do presidente.
Queda de braços
Nos bastidores do Supremo, ontem, o mal-estar
era grande. O preterido nas indicações foi o desembargador do Tribunal Regional
Federal da Região (TRF-1) Ney Bello, cujo nome era articulado pelo ministro do
STF Gilmar Mendes. Paulo Sérgio é ligado ao ministro Nunes Marques, aliado
incondicional de Bolsonaro na Corte. Os dois nomes ainda precisam ser aprovados
pelo Senado, o que deve ocorrer antes das eleições. Bello foi responsável pela
decisão que tirou o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro da cadeia, mas isso
não adiantou muito.
Mesmo fortalecido, outro sinal de que o
Supremo não terá vida fácil foi o pedido de arquivamento do inquérito que apura
se Bolsonaro vazou dados sigilosos de uma investigação da Polícia Federal (PF)
ainda não finalizada, feito ontem pelo Ministério Público Federal (MPF). A
vice-procuradora-geral, Lindôra Araújo, braço direto do procurador-geral,
Augusto Aras, no texto do pedido, acusou nominalmente Alexandre de Moraes de
violar o sistema acusatório ao determinar novas medidas na apuração.
Lindôra saiu em defesa da atuação de Aras, ao pedir o encerramento da investigação. Segundo ela, seu chefe atuou de forma técnica, jurídica, isenta, sem intenção de “prejudicar ou beneficiar determinadas pessoas”. O inquérito foi aberto porque Bolsonaro, em agosto de 2021, divulgou nas redes sociais a íntegra de um inquérito da PF que apura um suposto ataque ao sistema interno do TSE, em 2018. Segundo a Corte, não houve risco às eleições.
5 comentários:
Caro jornalista Azedo, você acredita que um hacker tenha penetrado no sistema do Tse e lá ficado seis meses de maio a meados de outubro depois do primeiro turno de 2018, detalhe , ele confessou não foi nenhum órgão que o detectou , ele falou num site próprio contando vantagem da invasão bem sucedida, a partir daí não houve outra opção do Tribunal a não ser abrir solicitar a Polícia Federal abertura do inquérito
A PF solicitou o login, o registro eletrônico do a movimentação do invasor e pra surpresa de todos, depois de muito esperar , o Tribunal informou que tudo foi apagado
Ou seja todas as provas que poderiam levar a uma possível fraude cometida pelo hacker foram apagadas foram destruídas e agora como provar alguma coisa?
e assim nós estamos vivendo narrativas de uma urna que já foi invadida como se fosse
O povo não confia já está sabendo, a nossa garantia são as forças armadas no controle da apuração daí o desespero dessa turma que agora já fala em cassar o registro do presidente, já que está difícil fraudar o resultado na sala secreta
É com esse sistema o Bolsonaro ainda quer ser candidato? Não seria lógico ele desistir? Ainda tem gente que vai numa conversa dessa? Muita ingenuidade.
As Forças Armadas "cuidaram" da nossa saúde durante a pandemia de Covid: 700 mil mortos no serviço comandado pelo incompetente general Pazuello e toda a corja de oficiais que ele levou pra comandar o Ministério da Saúde. E atrasar por meses a compra de vacinas, e ainda fazer corrupção quando decidiram comprar...
Não entendi seu comentário o que a urna eletrônica tem haver com COVID? o voto é sagrado, eleição é a base concreta da democracia
Os países desenvolvidos, todos eles, Alemanha França Itália Portugal Japão Estados Unidos Índia Rússia, etc tem como auditar pelo voto de papel, anexo ou não a urna eletrônica
Só Butão e Bangladesh usam a nossa urna eletrônica
Dá para confiar?
Se Bolsonaro estivesse na frente das pesquisas todo bolsonarista estaria apoiando as urnas eletrônica.
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