O Globo
No sexto mês de governo, Jair Bolsonaro
acusou o Congresso de tratá-lo como uma Elizabeth II sem coroa. O capitão
estava invocado com um projeto de lei para dar aos parlamentares o poder de
indicar diretores de agências reguladoras. “Querem me deixar como a rainha da
Inglaterra?”, esbravejou.
A fala do presidente reproduziu um engano
comum: a ideia de que a rainha britânica só teria papel decorativo. No Reino
Unido, o governo é exercido por representantes eleitos, mas o monarca tem
atribuições relevantes. É o chefe de Estado, exerce funções diplomáticas e
serve de anteparo em crises políticas.
Em 70 anos no trono, Elizabeth II conviveu com 15 primeiros-ministros. Todos cumpriram o ritual de visitá-la semanalmente para relatar problemas, pedir conselhos e dividir decisões. Essas audiências inspiraram peças e filmes, mas nunca foram gravadas, filmadas ou vazadas à imprensa. Permanecem como a caixa-preta do reino, na definição do jornalista e biógrafo Andrew Marr.
Num mundo em que as monarquias viraram
raridade, Elizabeth II conseguiu se manter firme e popular. Além das virtudes
pessoais, os britânicos reconheciam sua neutralidade política. Ela sempre
pairou sobre as disputas entre conservadores e trabalhistas. Não externava
preferências pessoais nem tentava interferir indevidamente em outros Poderes.
A rainha se notabilizou pelo respeito à
liturgia do cargo. Conhecia o peso de sua palavra e escolhia bem os momentos de
usá-la. Na pandemia, exaltou os profissionais da saúde, defendeu o
distanciamento social e pediu que os britânicos se protegessem do coronavírus.
Seria impensável vê-la sabotando medidas sanitárias, xingando juízes da Suprema
Corte ou berrando palavrões num palanque.
Coroada durante o segundo governo de
Getúlio Vargas, Elizabeth II esteve com cinco presidentes brasileiros: dois na
ditadura e três na democracia. Nas últimas décadas, abriu o Palácio de
Buckingham para Fernando Henrique Cardoso, Lula e Dilma Rousseff. Bolsonaro
jamais foi convidado a visitá-la, em mais um sintoma do isolamento
internacional do país.
Diferentemente do capitão, a rainha nunca
se escondeu do trabalho. Apesar da idade avançada e da saúde frágil, cumpriu
seus compromissos até o fim. Na terça-feira, ela concedeu a última audiência a
Boris Johnson e deu posse à nova primeira-ministra Liz Truss. Morreu dois dias
depois, aos 96 anos.
5 comentários:
Se Bolsonaro fosse convidado pra visitar a rainha Elizabeth II, teria que ser levado na coleira pelo Arthur Lira! E se o bunda suja fizesse sujeira dentro do castelo, Lira teria que recolher num saquinho! Daria muito trabalho pro Arthur Lira levar e controlar sua Tchutchuca!
Elizabeth II modernizou o reinado e sua nação! Bolsonaro afundou o Brasil e retardou nosso desenvolvimento, impondo décadas de retrocesso! Esta é a diferença entre uma mulher inteligente e um homem burro!
Quanta petulância falar do presidente enquanto seu candidato é um velho gaga , cachaceiro, corrupto , mentiroso que assaltou o país dizendo defender os trabalhadores.
A batata dele já está assando , vai perder eleição e vai virar um Napoleão de hospício , não vai aguentar o tranco!
Castigo de Deus!
E o pior... Tchutchuca não é vacinado! Como vai entrar no palácio pra fazer suas sujeiras de sempre?
Nobreza e Bozo não combina,é água e gasolina.
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