terça-feira, 20 de setembro de 2022

Cristina Serra - Nós, sobreviventes do ódio

Folha de S. Paulo

Não haverá sigilo de cem anos para esconder os horrores deste governo

Não vamos esquecer das 685 mil covas abertas como feridas na terra, nem da vida que se esvaiu pela falta de oxigênio que o seu governo não providenciou (e você ainda zombou), nem da dor dos que tiveram que ser amarrados por falta de anestésico nos hospitais.

Estão gravadas suas palavras ásperas como pedras: "e daí?", "gripezinha", "não sou coveiro", "país de maricas". Lembraremos sempre que você tentou manipular o suicídio de um voluntário de testes com a vacina, sabotou as máscaras e o isolamento social, mandou cancelar a compra da Coronavac, riu de tudo isso.

Será preciso lembrar do desespero na fila do osso e da carcaça e de quem revira o lixo para comer, enquanto seus generais compram filé, picanha, bacalhau, salmão, camarão, Viagra e próteses penianas.

Nada de esquecer seus amigos Adriano da Nóbrega e Fabrício Queiroz, os indícios de crime na formação de seu império imobiliário, as rachadinhas, sua ode à ditadura e a torturadores; a liberação das armas que nos matam. A propina cobrada em ouro no MEC, o orçamento secreto, liras, aras, kássios, mendonças, queirogas, damares, pazuellos, salles.

Não esqueceremos a aversão doentia de Paulo Guedes às empregadas domésticas que gostam da Disney e aos porteiros que sonham com seus filhos doutores. No acerto de contas, estarão florestas em brasa, bichos calcinados, agrotóxicos na comida, rios contaminados, Bruno, Dom, Genivaldo, Moïse e tantos mais, os rios de sangue no Jacarezinho, na Vila Cruzeiro e no Alemão.

Acesos como tochas em nossas consciências estarão seus planos de golpear a Constituição, as eleições, a democracia e o Estado de Direito, suas ameaças contra cada um de nós que acreditamos num país em que a diarista Ilza, de Itapeva, possa comer sem ser humilhada.

Não haverá sigilo de cem anos para esconder o seu Brasil de horrores. Você, Jair, não tem direito ao esquecimento. E nós, sobreviventes do vírus do ódio, temos o dever da verdade e da memória.

6 comentários:

Anônimo disse...

Excelente texto da colunista! O canalha genocida riu do sofrimento do nosso povo! A verdadeira VERDADE sobreviverá, e ela nada tem a ver com as mentiras que o miliciano usa inclusive como lema de sua campanha, em 2018 e agora: "Conhecereis a verdade e ela vos libertará". Quando os brasileiros conhecerem a Verdade, ela irá levar ao julgamento e à prisão do presidente criminoso, e enfim seremos libertados do maléfico domínio que ele obteve sobre nossa Nação!

Anônimo disse...

"liras, aras, kássios, mendonças, queirogas, damares, pazuellos, salles", weintraubs, guedes, moros, ernestos, mayras (capitã cloroquina), zimermans, cadegianis, élcios, e dezenas de pastores e generais tão canalhas quanto os citados, cúmplices do genocida no saque à Nação paralisada por uma gestão criminosa da pandemia!

Anônimo disse...

Vocês parecem lunáticos em sala de debate psiquiátrico, xingam e deliram, vocês não sabem argumentar, tudo cabeça oca, e vai ficar pior depois da reeleição do Bolsonaro pra mais quatro ano
E se bobear vai dar primeiro turno
Aí a esquerda pira! Já não podem viver mais tanto tempo sem o Dindin público
Para a maioria desses parasitas vai ser o fim de linha

Anônimo disse...

Bolsonaro só vai se reeleger para síndico das celas do presídio onde vai morar.

ADEMAR AMANCIO disse...

A colunista matou a pau.No sentido figurado,claro.Violência,jamais.

Anônimo disse...

Que pérola! Que coluna! Essa sim, vale barras de ouro. Eu particularmente, prefiro que tenhamos a oprtunidade de esquecer essa pessoa.