Folha de S. Paulo
Encontro terá peso sobre decisão de voto do
eleitor menos convicto e vontade de ir às urnas
O debate
na TV Globo não mexe na ampla base fiel de Lula e Jair Bolsonaro, mas
as mensagens finais de cada candidato ainda podem ter influência sobre dois
fatores importantes: a decisão de voto do eleitor menos convicto e sua vontade
de ir às urnas.
Lula tem o privilégio de jogar pelo empate
na sexta-feira (28). Ele não precisa tomar riscos, mas tem que evitar erros.
Isso envolve calibrar o discurso para segurar eleitores que estão dispostos a
derrotar Bolsonaro, ainda que não sejam fãs do PT.
O desafio do ex-presidente será corrigir pontos fracos do debate anterior, quando deu respostas vacilantes sobre corrupção e entregou o palco para uma pregação conservadora do rival. Bolsonaro deve insistir nesses temas, o que faz com que uma das prioridades de Lula seja impedir que o presidente surfe na rejeição à esquerda para capturar eleitores indecisos ou hesitantes.
A virada desses votos é crucial para
ampliar as chances do presidente. Bolsonaro tende a investir no desgaste do
petista, mesmo sabendo que sua própria imagem sofre corrosão na reta final
graças à companhia de figuras como Roberto Jefferson.
Lula indicou que pretende reforçar ainda
mais a aposta na população de baixa renda. A ideia é destacar a economia e
vincular Bolsonaro à proposta de acabar com o reajuste do salário mínimo. O
objetivo é converter novos votos e estimular
o comparecimento desse eleitor.
Bolsonaro sabe qual é seu ponto fraco. Nos
últimos dias, a campanha do presidente forçou a barra na propaganda eleitoral
para dizer que Lula pode congelar o salário mínimo porque terá pouco apoio no
Congresso. No debate, o presidente deve encampar uma promessa de manter a
política de reajustes pela inflação.
O eleitor mais pobre ainda pode fazer
diferença. Segundo o Datafolha, 7% desses brasileiros dizem que talvez votem em
Lula, e 7% afirmam que talvez votem Bolsonaro. Considerando que esse grupo
representa metade do eleitorado e que há entrevistados que admitem apoio a
ambos, haveria pelo menos 3,5% dos votos totais em disputa só no segmento de
baixa renda.
2 comentários:
do Washington Post
O canibal vs. o satanista: a política tóxica está envenenando o Brasil
https://www-washingtonpost-com.translate.goog/world/2022/10/28/brazil-election-lula-bolsonaro/?_x_tr_sl=en&_x_tr_tl=pt&_x_tr_hl=pt
do New York Times
Elecciones y desinformación
https://www.nytimes.com/es/2022/10/25/espanol/desinformacion-elecciones-trump-bolsonaro.html
O debate já aconteceu,não assisti.
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