Folha de S. Paulo
Vice-procurador que alertou para risco de
desinformação sobre urnas foi demitido em 2021
No dia 3 de maio de 2020, Jair
Bolsonaro foi à rampa do Palácio do Planalto para saudar uma
manifestação a favor de um golpe de Estado. O então presidente foi até o
grupo, que pedia uma intervenção militar no país e o fechamento do STF, para fazer um
ataque ao tribunal. "Não vamos admitir mais interferência. Acabou a
paciência", afirmou.
A Procuradoria-Geral da República não viu problema no episódio daquele domingo. Meses depois do ato, a equipe de Augusto Aras se recusou a abrir uma investigação contra o presidente, com o argumento de que o comportamento de Bolsonaro não representava um "risco real" ao regime democrático.
Poucas instituições viram o caldo do
golpismo ser cultivado tão perto de seus narizes como a PGR. Responsável pela
apuração de casos que envolvem o presidente e outras autoridades, o órgão foi
instado a analisar a conduta de Bolsonaro e de seus apoiadores dezenas de
vezes. Em boa parte delas, ninguém
sentiu cheiro de nada.
Augusto Aras ficará
marcado como o investigador que descreveu como "uma festa cívica com
manifestações pacíficas" o ato de 7
de setembro de 2021, em que Bolsonaro ameaçou descumprir ordens judiciais
do STF. No ano seguinte, quando o presidente usou as manifestações do feriado
para intimidar o tribunal, o chefe da PGR falou em "dia
de paz".
O procurador só encontrou algo errado
depois que uma turba, alimentada por anos de "manifestações
pacíficas", invadiu os três Poderes para derrubar um governo. Numa
conversão às pressas, Aras criou um grupo de combate aos atos
antidemocráticos, aceitou
investigar Bolsonaro e prometeu denunciar 200 pessoas pelos ataques.
O chefe da PGR não pode alegar falta de
aviso. Em maio de 2021, o
vice-procurador-geral eleitoral Renato Brill de Góes disse à Folha que a desinformação sobre
as urnas eletrônicas faria com que a população fosse "insuflada a fazer
manifestações" contra o resultado da eleição. Um mês depois, ele foi
demitido.
5 comentários:
"O procurador só encontrou algo errado depois que uma turba, alimentada por anos de 'manifestações pacíficas', invadiu os três Poderes para derrubar um governo."
O canalha do Aras só viu alguma coisa DEPOIS QUE O GENOCIDA deixou o poder e quando Lula já era presidente. Aí, o canalha não precisava mais se submeter quem o nomeou, e a quem o canalha SERVIU em todos os sentidos. Ninguém foi tão servil a Bolsonaro quanto Aras! E olha que o incompetente Pazuello até se esforçou para superar Aras em submissão e vassalagem...
Augusto Aras o procurador que não achava nada!
Aras conseguiu ser mais engavetador que o original criado pelo FHC.
Quem procura acha,já dizia minha avó.
Perfeito
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