Folha de S. Paulo
Arruda dera seguidas mostras de
insubordinação à autoridade presidencial
Lula tem feito apelos à pacificação do país
e é um conciliador. Mas esse perfil não pode ser confundido com falta de
autoridade. Foi o que o presidente deixou claro ao assumir seu papel de
comandante supremo das Forças Armadas e determinar a exoneração do general Júlio César de Arruda da chefia do
Exército.
Arruda dera seguidas mostras de insubordinação à autoridade presidencial, desde que impedira o desmonte do acampamento de terroristas em frente ao QG do Exército, na noite de 8 de janeiro, com a segurança do DF já sob intervenção federal. Arruda esticou a corda e peitou Lula, achando que ficaria por isso mesmo. Não ficou.
Lula o substituiu pelo general Tomás Ribeiro Paiva, comandante militar do
Sudeste. Na quarta-feira (18), com a crise em torno de Arruda em ponto de
fervura, Paiva aproveitou cerimônia interna com a tropa para fazer uma defesa
da legalidade e do respeito às eleições (o discurso foi divulgado nas redes
sociais do comando). Três dias depois, Paiva seria nomeado o sucessor de
Arruda.
A defesa da legalidade é bem-vinda, mas só pode ser considerada extraordinária
diante do cenário de anômala partidarização das Forças Armadas no Brasil.
Convém lembrar que Paiva foi chefe de gabinete de Eduardo Villas Bôas, o general tuiteiro que, em abril de 2018, pressionou o
STF na véspera da votação do habeas corpus de Lula. O resto você sabe.
5 comentários:
SEI. E COM DÓI...
Sei. E como dói!
A partidarização das FA no Brasil é a regra, não anomalia. A "extração" do comandante do EB por insubordinação é q surpreende, é uma anomalia ADMIRÁVEL.
Acho q a frase ganhou fama com Lula, sempre citada com injusta ironia: nunca antes na história deste país ... um milico fora exonerado por um presidente civil e, além de tudo, LULA E PETISTA.
COISA DE ESTADISTA.
Dá-lhes, LULA!
E Biroliro virou presidente graças ao golpe de estado pós moderno do Villas Bôas.
Que artigo curto!
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