O Estado de S. Paulo
Lula e o conflito entre Defesa e Fazenda
por blindados para a Argentina
Às voltas com o Centrão, o presidente Lula
também está sob dois fogos cruzados dentro do próprio governo. De um lado, a
Defesa insiste no financiamento da venda de 156 blindados Guarani para a
Argentina. De outro, a Fazenda pondera que é temerário (bota temerário nisso)
financiar qualquer coisa para um país mergulhado numa crise tão aguda.
Cada Guarani produzido pela Iveco Defesa, uma empresa privada, custa em torno de R$ 10 milhões, pouco mais, pouco menos, dependendo do dólar. Façam a conta. A Defesa e, particularmente, o Exército, porém, consideram o negócio importante para estimular a indústria de defesa nacional, que traz tecnologia, qualificação e novos negócios mundo afora.
Já a Fazenda contra-argumenta que a
Argentina faz água por todo lado, nas áreas política, econômica e social, e
como terá condições para pagar uma bolada dessas, se não consegue nem cumprir
seus compromissos internos mais elementares? Nosotros, os leigos brasileiros e
argentinos, poderíamos acrescentar: com tantos problemas, por que raios o
presidente Alberto Fernandez quer gastar essa fortuna em blindados?!
Lula e Fernandez assinaram uma carta de
intenções, em janeiro, o comandante do Exército, Tomás Paiva, foi ao país em
junho e o presidente argentino já veio aqui quatro vezes, mas não há quem
convença a Fazenda. Lula e José Múcio, da Defesa, já ligaram para Fernando
Haddad, o Itamaraty se move e até Geraldo Alckmin, vice e ministro da
Indústria, e Celso Amorim, assessor internacional, entraram na história. E as
“intenções” continuam só intenções.
Um pacotaço de US$ 17 bilhões para projetos
de ajuda à Argentina, 40% deles para financiamento de exportações, chegou ao
BNDES e ao banco dos Brics, presidido por Dilma Rousseff, e à Agência
Brasileira Gestora de Fundos Garantidores e Garantias (ABGF), empresa pública
vinculada à Fazenda que avaliza “operações diluídas em áreas de grande
interesse econômico e social”.
Venda de blindados para a Argentina é de
grande interesse econômico e social? O que o Brasil e os brasileiros ganham com
isso? E o que podem perder? Os argentinos atribuem sua crise a quatro anos
seguidos de seca e juram que, daqui para frente, tudo será diferente. Vem chuva
por aí e vão chover também recursos para problemas internos e pagar dívidas
externas. Mas há controvérsias, até porque o El Niño não promete moleza.
Se é difícil convencer a área econômica,
mais ainda será convencer a opinião pública brasileira. Haddad, aliás, alertou
Lula para o risco: “Estou falando tudo isso para lhe preservar. A gritaria vai
ser grande”. Quem avisa amigo é. •
2 comentários:
E a Ucrânia, precisando de ambulâncias blindadas para evacuar os seus feridos e mortos das frentes de batalha, onde travam uma luta para afirmar sua democracia e dignidade contra um invasor pusilânime com os vizinhos...
...e Lula, pressionado pelo PT devido à demência ideológica de sempre...
...PROIBIU que a indústria brasileira vendesse 450 Blindados Guarany na configuração de ambulância para a Ucrânia, porque ter as ambulâncias blindadas salvaria os médicos e demais socorristas das vítimas de seu amiguinho assassino e ditador Vladimir Putinho. Eventualmente salvaria até soldados do próprio ditador, que foram mandados à Ucrânia assassinar seus filhos e seu desejo de democracia.
Este pedido de compra tem um mês.
Lula negou, também como sempre, que tenha PROIBIDO a venda, mas surgiram os documentos.
▪Lula e os segmentos doidos e doentes do PT são bestiais, tanto quanto Bolsonaro e seus fanáticos!
E se repetem sempre nessa bestialidade monstruosa, mas seus fanáticos gados nunca enxergam, e quando enxergam eles relativizam e acham que um pedidinho de desculpas corrige suas mostruosidades!
Misericórdia.
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