Após desgaste entre governador de São Paulo e ex-presidente na semana passada, os dois se encontraram na sexta para apaziguar os ânimos
Por Guilherme Caetano / O Globo
Dois dias após fazer as pazes com o
ex-presidente Jair
Bolsonaro (PL), por quem foi constrangido na semana passada às
vésperas da votação da Reforma Tributária, o governador de São Paulo afirmou
neste domingo "não ser possível concordar em tudo" com o ex-chefe.
Tarcísio de Freitas (Republicanos), no entanto, prometeu "sempre ser
leal" ao ex-presidente.
Tarcísio participou neste domingo de uma solenidade em homenagem aos 91 anos da Revolução Constitucionalista de 1932, data histórica para o estado de São Paulo. O evento foi realizado no Obelisco Mausoléu aos Heróis de 32, no Ibirapuera.
Questionado pela imprensa da polêmica da
semana passada, ele colocou panos quentes na situação e declarou que já
costumava divergir de Bolsonaro quando era seu ministro da Infraestrutura, ente
2019 e 2022.
— (A conversa com Bolsonaro) Foi excelente.
O presidente é um grande amigo. Observe, a gente pode divergir em algum ponto
sobre a reforma. É normal. Não é possível concordar em tudo. Já era assim
quando era ministro. Tinha situações que eu discordava dele. Procurava
assessorar da maneira mais respeitosa. Sempre tive uma lealdade muito grande.
Os pontos que eu tinha colocado sobre a reforma, já tinha colocado antes para
ele. E está tudo bem. Sempre serei leal e grato ao presidente — afirmou
Tarcísio.
Na quinta-feira, levado por Bolsonaro e o
cacique Valdemar
Costa Neto ao encontro que reuniu a bancada do PL para discutir
o projeto, Tarcísio se viu isolado na defesa da reforma e teve de ouvir
críticas duras dos aliados e do ex-chefe — registros do embate foram vazados nas
redes sociais para colocar a militância contra o governador.
Ainda no mesmo dia, com a reforma aprovada
na Câmara, Tarcísio recebeu telefonemas de estrelas do empresariado, como
Abilio Diniz, e foi defendido publicamente pelo presidente da Câmara, Arthur
Lira (PP-AL). No dia seguinte, com a repercussão negativa do bolsonarismo sobre
o aliado, Bolsonaro telefonou para o governador e marcaram de se encontrar na
parte da tarde, em Brasília, para apaziguar os ânimos.
Perfis de apoio a Tarcísio se apressaram em divulgar uma foto do encontro para reduzir a pressão sobre Tarcísio, que passou a ser cobrado por bolsonaristas a se posicionar de forma mais firme como uma liderança da direita bolsonarista e a demonstrar lealdade ao ex-presidente.
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