sábado, 14 de fevereiro de 2009

PPS: Executiva debate projeto de país e alianças para 2010

Por: Valéria de Oliveira
DEU NO PORTAL DO PPS

Foi uma noite de debates sobre os mais variados temas, desde os ligados ao momento de crise da economia mundial, passando pela crise de identidade dos partidos políticos, até a falta de perspectiva dos jovens, que enveredam para o crime, inclusive aqueles de classe média alta. Entretanto, o assunto mais discutido na reunião da Executiva Nacional do PPS e os coordenadores estaduais para participar do XVI Congresso foram as eleições de 2010.

"Para galvanizar as pessoas, não podemos apenas colocar o bloco na rua; precisamos de um samba-enredo, de um projeto transformador", metaforizou o secretário de formação do partido, Francisco Almeida. Esse enredo deu pano pra manga. Idéias vieram de todos os estados e dos dirigentes. Afinal, as teses que serão levadas ao congresso estão fervilhando na cabeça de todos.

Emoção - O presidente do PPS-ES, Luciano Rezende, disse que o partido precisa emocionar. "Não é fácil falar ao coração do Brasil; não basta um projeto técnico bem fundamentado; é preciso levar a massa a se emocionar", propôs. A eleição do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, foi a referência de Rezende. Aliás, quase todos aqueles que usaram o microfone mencionaram o grande passo da democracia americana ao eleger um negro, pobre, que estudou em Harvard.

Mobilizar a sociedade em torno de uma plataforma eleitoral com ênfase na crise econômica, na educação, no trabalho, na tecnologia e na equidade social. "Sucesso, só envolvendo movimentos sociais, que estão muito petizados - mas isso não pode tirar nossa vontade de lutar", apontou Tereza Vitale, coordenadora da Comissão de Mulheres do PPS.

Arnaldo Jordy, do Pará, emendou: "O projeto de país vai dar a liga. A partir daí virá a decisão sobre quais forças políticas apoiaremos, nos aliaremos". Ele também estava com uma preocupação que permeou todos os discursos. "A sociedade civil está órfã de projeto político porque Lula é uma fraude", afirmou.

Humberto Chitto, coordenador do Rio Grande do Sul, se apresentou como um municipalista e propôs ao PPS a iniciativa de apresentar, na Câmara, uma proposta de reforma de competências. "A União fica com 78% das receitas, os estados com 18% e os municípios com o resto; por isso, o prefeito vive de pires na mão e aceita tudo o que o governo federal oferece. Porque precisa, ainda que sejam migalhas", protestou. O encontro de prefeitos promovido pelo Palácio do Planalto que o diga.

Embora tenha sido opinião consensual entre os participantes da reunião do PPS nesta sexta-feira, Givaldo Siqueira, dirigente do partido, chamou atenção para o timing dos fatos. Voltou à metáfora do carnaval, citada por Almeida. "O bloco não começa com samba-enredo, não. Começa com o batuque e às vezes nem tem samba-enredo", afirmou. "O que podemos é ficar esperando o samba-enredo, a fantasia e chegar depois que o carnaval acabar".

O significado é claro. É preciso, sim, ter um projeto, estar com as massas, os movimentos sociais, a sociedade organizada. Mas é mais necessário ainda ter um olho no peixe e outro no gato. Ou seja, não perder o momento da discussão das candidaturas do campo do PPS - os governadores do PSDB José Serra (São Paulo) e Aécio Neves (Minas Gerais).

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