sábado, 17 de março de 2012

Criação de vagas com carteira assinada caiu 56% em fevereiro

Saldo de 150 mil contratações é o pior para o período nos últimos três anos

Geralda Doca

BRASÍLIA. A criação de vagas de trabalho com carteira assinada no país continuou desacelerando em fevereiro, quando registrou um saldo de 150.600 contratações. Apesar de positivo, foi o pior resultado para o mês nos últimos três anos - quando a crise financeira internacional de 2008 atingiu em cheio o mercado de trabalho brasileiro - e representou queda de 56,6% frente a igual mês de 2011.

Entre janeiro e fevereiro, foram criados 269.495 postos, de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho.

No mês passado, todos os setores da economia tiveram desempenho inferior ao registrado no mesmo período do ano passado, com destaque para o comércio, que ficou negativo, com 6.645 desligamentos. A agricultura eliminou 425 postos.

Mesmo nos setores que mais contrataram, o recuo foi forte, como na indústria, que apresentou saldo de 19.609 vagas, contra 60.098 em fevereiro de 2011. O mesmo aconteceu com serviços, setor que respondeu por 93.170 vagas, queda de 30,6% se comparado ao desempenho do ano passado. Esse também foi o setor que mais contratou em fevereiro, sobretudo nos subsetores de ensino, serviços de comércio e administração de imóveis, de transporte, comunicação e instituições financeiras.

A construção civil ficou em segundo lugar, com 27.811 empregos, próximo ao desempenho do ano passado para o mês. A administração pública contratou 14.694 trabalhadores com carteira assinada e a extração mineral respondeu por 1.490 vagas.

Segundo o Caged, São Paulo foi o estado que mais contratou, com saldo de 55.754, seguido por Minas Gerais, com 21.031. O Rio ficou em terceiro lugar, 16.071 vagas - o segundo melhor resultado para o mês, devido principalmente às contratações no setor de serviços e construção civil.

Todos os estados do Nordeste eliminaram postos

Influenciado pela entressafra no ramo sucroalcooleiro, com exceção do Piauí, todos os estados do Nordeste eliminaram postos de trabalho, o que fez a região registrar saldo negativo de 9.610. No Norte, Amazonas foi o único estado onde o emprego caiu, com 472 postos desativados.

As oportunidades de emprego tanto nas regiões metropolitanas, quanto no interior do país foram equivalentes no mês passado, segundo levantamento do Ministério do Trabalho. Ao todo, foram admitidos no mês passado 1.740.062 empregados e foram demitidos 1.589.462, o maior número de desligamentos para o período.

O ritmo de criação de emprego formal vem caindo desde meados do ano passado e em dezembro - mês tradicionalmente negativo - os desligamentos superaram a média. Janeiro veio positivo, mas também menor que em 2011.

FONTE: O GLOBO

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