Nossa maneira de trabalhar é clara, a história mostra. A dos nossos adversários
também, a polícia e a Justiça mostram. É o que há de pior na vida pública
Ao longo das últimas semanas, São Paulo debateu duas propostas de futuro.
Durante a campanha, nossos adversários tiveram de dividir suas atenções entre a
cidade e o julgamento do STF, que colocou à vista seus métodos e práticas
ilegais.
O PSDB, por outro lado, chega à reta final da eleição de cabeça erguida,
confiante e certo de ter feito uma campanha limpa, comprometida com a cidade e
focalizada em ideias capazes de melhorar a vida dos 11 milhões que constroem
com talento e suor a grandeza paulistana.
Estudo e trabalho sempre estiveram em nosso DNA. O paulistano quer vencer
com esforço, empenho e dedicação. São Paulo valoriza o mérito. Não é terra de
patotas, de quem acredita que filiação partidária é o caminho mais curto para
ascender. A cidade aplaude quem arregaça as mangas e ganha a vida honestamente.
Para quem acredita que é possível crescer na vida trabalhando duro e com
correção, dirigimos nossas propostas. Para nós, o papel do governo não é
tutelar ninguém, mas dar a quem mais precisa condições para desenvolver suas
potencialidades.
Foi com esse espírito e por essas pessoas que apresentamos nossas ideias: a
rede municipal de ensino técnico, o Bilhete Único de seis horas, o investimento
decidido da prefeitura na expansão do metrô, a transformação de favelas em
bairros pela reurbanização, o fortalecimento das parcerias entre prefeitura e
organizações sociais, incluindo bons hospitais como o Albert Einstein e o
Sírio-Libanês, a ampliação da carga horária do ensino fundamental para sete
horas, a valorização do professor, entre tantas. Falamos muito de meio
ambiente, cultura, pessoas com deficiência, esporte e lazer.
Além de propostas, para nós também é importante falar de princípios.
Partidos precisam ter compromisso com a ética e com a decência. Não é slogan, é
uma divisa para nortear a atividade cotidiana da política. A política existe
para o bem comum. Quem entra na vida pública deve servir às pessoas, não se
servir delas. Sem esse compromisso, a democracia é deturpada, virando
instrumento de abusos que a comprometem.
Por isso, o tema é tão relevante. O STF foi claro: os métodos e práticas de
nossos adversários de hoje são os mais deletérios e baixos da vida pública.
Polícia Federal, Ministério Público e STF mostraram que o mensalão se fez com
desvio de dinheiro público, compra de votos no Congresso, corrupção ativa e
passiva, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha. Condenou os responsáveis à
cadeia.
A quadrilha em questão, que tenta dizer o que o paulistano deve fazer com o
voto, era a cúpula do governo Lula e do PT -à frente, o ex-presidente e sempre
homem forte do partido José Dirceu. O mensalão e suas consequências apequenam e
desmerecem a política e os eleitores. Resumem o pior da vida pública do país.
Além de fraudar a democracia -compra de votos no Congresso é um atentado
grave contra o eleitor-, o mensalão teve um efeito devastador e pouco falado. O
desvio de dinheiro público pela quadrilha significa que verbas que deveriam
estar em hospitais, escolas, estradas, novos portos ou na agricultura foram ao
bolso dos beneficiários do esquema.
O paulistano, arguto e esclarecido, sabe que com o candidato vem todo o seu
partido. Partidos têm a sua maneira de encarar a política. A nossa é clara,
como demonstra a história. A de nossos adversários também, como demonstram a
polícia e a Justiça.
De coração leve e peito aberto, chegamos a esta votação: em paz com nosso
passado, orgulhosos do presente e esperançosos do futuro. O PSDB já teve a
honra de trabalhar muito pelo povo de São Paulo e do Brasil. Continuamos nos
esforçando todo dia para melhorar a vida das pessoas. Temos muito ainda para
conquistar juntos. O futuro nos espera.
José Serra, 70, é
mestre e doutor em economia. Foi, no governo FHC, ministro do Planejamento
(1995-1996) e da Saúde (1998-2002), além de prefeito da capital (2005-2006) e
governador de São Paulo (2007-2010)
Fonte: Folha de S. Paulo
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