O julgamento do mensalão será retomado na próxima quarta-feira, em meio à
polêmica sobre o novo depoimento que teria sido concedido pelo empresário
Marcos Valério à Procuradoria Geral da República. Considerado operador do
esquema, ele promete fazer novas denúncias, envolvendo, inclusive, o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, caso seja beneficiado com a delação
premiada. Marcos Valério foi o primeiro réu a ter penas calculadas pelo Supremo
Tribunal Federal (STF). A punição, fixada em mais de 40 anos de prisão, pode
ser reavaliada. A Ação Penal 470 está na fase final, a da dosimetria.
Ainda pairam expectativas sobre a possibilidade de Marcos Valério conseguir
algum tipo de benefício caso ele apresente provas inéditas ou alguma
colaboração significativa para elucidação do caso. Ontem, a assessoria de
imprensa do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, afirmou que a PGR
não vai comentar as informações recentes. Magistrados da Suprema Corte e
integrantes da Procuradoria asseguram, no entanto, que o julgamento do
mensalão, previsto para terminar neste mês, não será influenciado por novas
apurações. Ontem, o Correio publicou entrevista em que o ministro do STF Marco
Aurélio Mello afirma que "novos fatos podem frutificar em outros
processos, em outras áreas jurídicas, mas não na AP 470". O ministro já
tinha afirmado que não vê como Marcos Valério não ser preso.
Reportagens do Correio também já mostraram que não é a primeira vez que o empresário
tenta obter o benefício da delação premiada. Em agosto, a defesa do reú havia
pedido que o Supremo considerasse as "colaborações" de Valério. Em
setembro, ele enviou um fax ao STF pedindo para ser incluído no serviço de
proteção à testemunha. No documento, ele afirmou, mais uma vez, que faria novas
acusações, caso a solicitação fosse acatada.
Fonte: Correio Braziliense
Nenhum comentário:
Postar um comentário