domingo, 4 de novembro de 2012

Debate sobre a delação de Valério

O julgamento do mensalão será retomado na próxima quarta-feira, em meio à polêmica sobre o novo depoimento que teria sido concedido pelo empresário Marcos Valério à Procuradoria Geral da República. Considerado operador do esquema, ele promete fazer novas denúncias, envolvendo, inclusive, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, caso seja beneficiado com a delação premiada. Marcos Valério foi o primeiro réu a ter penas calculadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A punição, fixada em mais de 40 anos de prisão, pode ser reavaliada. A Ação Penal 470 está na fase final, a da dosimetria.

Ainda pairam expectativas sobre a possibilidade de Marcos Valério conseguir algum tipo de benefício caso ele apresente provas inéditas ou alguma colaboração significativa para elucidação do caso. Ontem, a assessoria de imprensa do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, afirmou que a PGR não vai comentar as informações recentes. Magistrados da Suprema Corte e integrantes da Procuradoria asseguram, no entanto, que o julgamento do mensalão, previsto para terminar neste mês, não será influenciado por novas apurações. Ontem, o Correio publicou entrevista em que o ministro do STF Marco Aurélio Mello afirma que "novos fatos podem frutificar em outros processos, em outras áreas jurídicas, mas não na AP 470". O ministro já tinha afirmado que não vê como Marcos Valério não ser preso.

Reportagens do Correio também já mostraram que não é a primeira vez que o empresário tenta obter o benefício da delação premiada. Em agosto, a defesa do reú havia pedido que o Supremo considerasse as "colaborações" de Valério. Em setembro, ele enviou um fax ao STF pedindo para ser incluído no serviço de proteção à testemunha. No documento, ele afirmou, mais uma vez, que faria novas acusações, caso a solicitação fosse acatada.

Fonte: Correio Braziliense

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