quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Teatro do absurdo – Urbano Patto

Dá até para compreender que correligionários e apoiadores dos dirigentes do PT condenados pelos crimes do mensalão queiram desacreditar o julgamento e tentar transformar os condenados em vítimas. É uma forma de auto-ilusão para não ver desmoronar a imagem de seus ídolos e para justificar, com uma aura supostamente ética, suas próprias posições. Acredite quem quiser.

Alguns poucos fazem isso com sinceridade e ingenuidade acreditando realmente na existência de uma conspiração maquiavélica urdida nos porões mais fétidos "das elites" para combatê-los: os campeões dos pobres e desvalidos.

Outros porém produzem essa versão de "delirius persecutorius", como arma de marketing político-eleitoral e para tentar construir justificativas para inviabilizar ou fragilizar o efetivo cumprimento das penas pelos criminosos condenados.

Mas seja de uma ou de outra lavra, está sendo divulgada nas redes sociais uma história que beira a insanidade chegando a causar medo por indicar até onde poderão chegar com essas bobagens: denunciaram que o laudo emitido por 05 médicos indicados pela Universidade de Brasília sobre a saúde de José Genuíno, por solicitação do ministro Joaquim Barbosa, foi redigido propositadamente para prejudicar o condenado, por médicos ideologicamente de direita, comprometidos por diversas razões e, dizem, inimigos do PT. Colocaram no meio até a polêmica sobre os médicos cubanos, misturaram com o escândalo do dinheiro nas meias no DF, citaram o trem da alegria do Senado e outros assuntos.

Isso é cômico, só mesmo rindo. Agora dá para entender o que, o hoje presidiário Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT, quis dizer, com grande desfaçatez e desenvoltura na ocasião, que o mensalão viraria uma piada de salão.

Urbano Patto é Arquiteto-Urbanista, Mestre em Gestão e Desenvolvimento Regional, dirigente do Partido Popular Socialista (PPS) de Taubaté e do Estado de São Paulo. Comentários, sugestões e críticas para urbanopatto@gmail.com

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