• PF tinha defendido arquivamento; Paulo Roberto Costa fala em repasse de R$ 30 milhões
Eduardo Bresciani - O Globo
-BRASÍLIA- O Ministério Público Federal quer continuar a investigação sobre o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), e seu antecessor, Sérgio Cabral (PMDB), no âmbito da Operação Lava-Jato. O posicionamento contraria a Polícia Federal, que concluiu no mês passado seu inquérito sobre o caso defendendo o arquivamento. A decisão sobre a continuidade ou não das investigações caberá ao ministro Luís Felipe Salomão, do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
A vice-procuradora-geral da República, Ela Wiecko, argumentou ainda existirem circunstâncias a serem apuradas. O inquérito foi aberto para apurar o suposto direcionamento de recursos do esquema de corrupção para a campanha de Cabral em 2010, na qual Pezão foi candidato a vice. Segundo o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, duas reuniões dele com fornecedores da estatal trataram do direcionamento de R$ 30 milhões para a campanha.
“Há dados que ainda necessitam de esclarecimentos complementares, considerando tanto a possibilidade de que a suposta vantagem econômica indevida acolhida na campanha eleitoral tenha relação com atos do governo do Rio de Janeiro, quanto a possibilidade de que esses valores ilícitos estivessem vinculados apenas aos contratos da Petrobras, mas dissimulados na campanha”, afirmou Ela Wiecko.
A procuradora destaca que anotações do presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, tratando da doação de R$ 200 mil para a campanha do PMDB do Rio chegaram depois do relatório da PF que pedia o arquivamento.
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