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Bolsonaro come pastel e falta a cerimônia
O presidente Jair Bolsonaro tinha tão pouco o que fazer na última quarta-feira que aproveitou a tarde para sair do Palácio do Planalto e ir comer pastel, e posar para fotos numa feira popular de Brasília.
Voltou ao palácio para receber às 18h o sub do ministro Jorge Oliveira, da Secretaria-Geral da presidência. Depois foi para o Palácio da Alvorada. Não pôs os pés onde era mais esperado.
No começo daquela noite, parte da República estava na cerimônia de lançamento do Instituto General Villas Bôas, entidade criada para ajudar pessoas com doenças raras, crônicas e com deficiência.
Ex-comandante do Exército, assessor do Gabinete de Segurança Institucional, o general Villas Bôas é portador de ELA (Esclerose Lateral Amiotrófica), uma doença neuromotora degenerativa.
Por que a desfeita? Porque Bolsonaro não queria dividir as atenções com o apresentador de televisão Luciano Huck, amigo do general e um dos oradores da cerimônia. Mas não só.
Bolsonaro não queria ouvir o discurso do general Eduardo Rocha Paiva, auxiliar de Villas Bôas no instituto, a quem já chamou no Twitter de “melancia”, insinuando que pudesse ser comunista.
Na sua fala, Rocha Paiva ensinou que “um projeto de Nação precisa de uma sociedade disposta a superar a corrupção, impunidade, e a predominância do conflito sobre o debate respeitoso de ideias.”
Segundo ele, “os extremos são viciosos. Será preciso cicatrizar a ferida aberta que compromete a coesão interna, fruto do embate ideológico com sua injustificável intolerância ao contraditório”.
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