sexta-feira, 28 de outubro de 2022

Hélio Schwartsman – O que quer Bolsonaro?

Folha de S. Paulo

Não dá para descartar um cenário em que o atual mandatário tente algo na linha de um golpe

Uma coisa com a qual não precisávamos nos preocupar antes da extremização do país era a reação dos candidatos derrotados nas urnas. Quando a democracia funciona em seu ritmo normal, os perdedores se conformam em passar um tempo na oposição, aguardando uma chance de retorno. O cálculo político é o de que sai mais em conta entregar pacificamente o poder e passar um período sem acesso direto a suas benesses do que tentar impor-se pela força. Perdas momentâneas são preferíveis à possibilidade de eliminação definitiva.

Nosso problema, hoje, é que Jair Bolsonaro não faz essa conta. E ele não está de todo errado. Em seu caso, a perda da Presidência pode significar mais do que apenas uma temporada longe do poder, pois há uma chance não desprezível de que ele vá para a cadeia —e isso abre as portas da incerteza. A única coisa de que estamos razoavelmente seguros é que, em caso de derrota no domingo, Bolsonaro não vai telefonar para Lula parabenizando-o pela vitória.

Na melhor das hipóteses, ele apenas prepara uma narrativa para sua base. A eleição não teria sido justa: STF, TSE, imprensa e comunistas em geral lhe teriam garfado o pleito, tirando-lhe até inserções publicitárias garantidas por lei. Se for só isso, podemos nos dar por satisfeitos. Ele teria uma história para manter seus mais fiéis apoiadores energizados, mas não esboçaria maiores resistências a entregar a faixa. É a hipótese que me parece mais provável, a confirmar-se a derrota.

Não dá, porém, para descartar um cenário em que o atual mandatário tente algo mais na linha de um golpe clássico, com estímulo à desordem e à violência. Não vejo como triunfaria, pois o grosso do PIB nacional já deu sinais de que não chancelaria a aventura. A reação da comunidade internacional também seria vigorosa. Um líder racional e razoável jamais embarcaria nessa. Mas, se Bolsonaro fosse racional e razoável, não seria Bolsonaro.

 

9 comentários:

Anônimo disse...

"Uma coisa com a qual não precisávamos nos preocupar antes da extremização do país era a reação dos candidatos derrotados nas urnas"

Era bom antes do genocida, né?
Foi o palerma da República q "extremizou" o Brasil.

Bolsonaro é um pilantra!

Anônimo disse...

"Não dá, porém, para descartar um cenário em que o atual mandatário tente algo mais na linha de um golpe clássico, com estímulo à desordem e à violência."

Vejam porque pilantra: ele pode tentar um golpe. Se o fizer, gente morrerá.

Anônimo disse...

"A reação da comunidade internacional também seria vigorosa."

O golpe de 64 contou com apoio da comunidade internacional - bozo é tão ruim q nenhum país o apoia.

Anônimo disse...

Sim, UMA TEMPORADA LONGA NA CADEIA é o que espera o Minto! Vai poder mentir à vontade pros seus carcereiros...

Anônimo disse...

O GOLPE será dados pelos eleitores, contra o sonho de Bolsonaro se reeleger! Um golpe democrático tirando do poder o pedófilo genocida.

Anônimo disse...

Bolsonaro só quer aquela vidinha de deputado, trabalhando pouco, pescando, jet-ski, moto...
Um vagabundo.

Mas o cavalo selado passou e ele montou. Sem saber o q fazer, sem planos...
Virou títere dos véi da avan, das smatfit, das riaxuelo, dos garimpo, do desmatamento etc.
E SERÁ PRESO QD LULA GANHAR.

Anônimo disse...

Sim. E NÃO HAVERÁ ANISTIA! SEM ANISTIA!!!!

Anônimo disse...

Sobre o cavalo selado e Bolsonaro: sei que ambos disputam o mesmo pasto, mas não sei quem monta em quem... "Ele montou." Ele quem?

ADEMAR AMANCIO disse...

Tudo pode acontecer,inclusive nada.