Correio Braziliense
Depois de muitas negociações, o presidente
eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu mesmo propor que o Bolsa Família
fique fora do teto de gastos por quatro anos. Ontem, o senador Marcelo Castro
(MDB-PI) protocolou a PEC da Transição, que mantém o pagamento de R$ 600 do
Auxílio Brasil, rebatizado como Bolsa Família, seu nome de origem. Pela
proposta, o valor referente ao programa fica fora do cálculo do teto de gastos
entre 2023 e 2026. A proposta de emenda à Constituição retira do Orçamento da
União até R$ 175 bilhões do programa de transferência de renda para não
estourar o teto de gastos. Castro levou em conta o projeto inicial elaborado
pela equipe de transição de Lula.
Segundo o ex-ministro Nelson Barbosa, um
dos economistas de equipe de transição, a estratégia adotada foi definida pelos
senadores e deputados petistas. “Vamos ver a evolução da PEC”, disse. O texto
precisa ser aprovado a tempo de ser incluído no Orçamento da União de 2023. “É
a estratégia que foi considerada mais viável do ponto de vista político”,
explicou Barbosa.
A PEC da Transição precisa ser aprovada no Congresso até 10 de dezembro para que haja tempo hábil para os parlamentares analisarem o Orçamento de 2023, que precisa ser aprovado ainda este ano.
“O texto apresentado excepcionaliza do teto
de gastos o valor necessário para dar continuidade ao pagamento dos R$ 600 do
Bolsa Família, mais R$ 150 por criança de até seis anos de idade. E, ainda,
recompõe o Orçamento de 2023, que está deficitário em diversas áreas
imprescindíveis para o funcionamento do Brasil. Esperamos aprovar a PEC, nas
duas Casas, o mais rápido possível”, avalia Castro.
Apesar do otimismo de Castro, aprovar a PEC
com prazo de vigência de quatro anos é uma missão quase impossível. Foi
apresentada com esse prazo para uma negociação que envolve também a manutenção
do orçamento secreto, que o Centrão pretende incluir na Constituição, o que é
um absurdo. Por dois motivos: 1) o orçamento secreto pulveriza recursos de
investimento do Orçamento, que deveriam ser destinados a projetos prioritários,
como os de infraestrutura, por exemplo, em vez de servir de instrumento para o
clientelismo mais rastaquera; 2) a falta de transparência na distribuição dos
recursos, sem que se saiba quem são seus verdadeiros autores, facilita a
formação de caixa dois eleitoral e o abuso de poder econômico pelos detentores
de mandato, desequilibrando a paridade de armas na disputa.
O problema é que são poucos os
parlamentares, inclusive os de oposição, que não se beneficiaram das chamadas
emendas do relator, eufemismo usado para mascarar o orçamento secreto. Embora o
PT e o PSB devem anunciar, hoje, o apoio à reeleição do presidente da Câmara,
Arthur Lira (PP-AL), essa não seria uma moeda de troca para manter o Bolsa
Família fora do teto por quatro anos. O Centrão e seus aliados preferem
barganhar cargos e verbas todo ano para manter o programa criado por Lula fora
do teto. Um bom acordo seria aprová-lo por dois anos, mas a moeda de troca é a
manutenção do orçamento secreto.
Ministério
O que não falta são especulações sobre os
nomes dos futuros ministros de Lula. Se o time já está escalado, o que não
parece ser o caso ainda, somente o presidente eleito sabe qual será a
composição. Dois problemas estão na ordem do dia e pressionam para que ele
anuncie logo os ministros. Primeiro, a situação da economia e a ambiguidade da
equipe econômica.
O mercado quer que Lula indique logo o
futuro ministro da Fazenda por uma questão de previsibilidade em relação à
política econômica. Um nome sinalizaria o rumo do próximo governo, o que é
fundamental para os investidores apostarem seus recursos no Brasil.
Essa é a cobrança. A dificuldade de Lula é
ter alguém de sua absoluta confiança política na pasta, o que faz a banca de apostas
tender para o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad. Será ele?
Outra área estratégia que não pode esperar
muito é a Defesa. Diante de uma evidente conspiração golpista, que faz ruidosa
agitação à porta dos quartéis, Lula precisa escolher o novo ministro da pasta.
Sua intenção é ter um civil no cargo, que seja capaz de manter um bom
relacionamento com os comandantes militares.
Não é uma operação simples, porque os
militares não querem perder as posições no ministério — são milhares em cargos
comissionados na Esplanada. A escolha do nome é estratégica. A tendência de
Lula é pôr no cargo alguém que tenha bom trânsito com os generais e seja de sua
absoluta confiança. Fala-se, por exemplo, em Aloízio Mercadante. É filho de
general, mas isso não significa amplo trânsito nas Forças Armadas.
São decisões urgentes, que estão na esfera
da cota pessoal de Lula. Mais complexa é a montagem da equipe ministerial em
forma de governo de ampla coalizão, ou seja, com uma maioria no Congresso. A
forma como será feita a composição é ainda uma incógnita, porque existe uma
equipe de transição que funciona como um embrião do futuro governo, com muitas
disputas por espaços, e uma tendência dos partidos a querer o controle das
pastas com “porteira fechada” — como se diz no jargão do Congresso.
Os partidos de esquerda não têm muita
dificuldade para compartilhar os ministérios, mas o mesmo não acontece com
grandes legendas de centro, como o MDB, o PSD e PSDB.
2 comentários:
Pelo que parece a porca torceu o rabo novamente, assim que surge um novo nome para a vaga de Ministro, a maçonaria que deu ao Mourão o seu grau máximo, procura todas as falhas do passado da pessoa indicada mesmo que o elemento tenha o melhor conceito (5) na visão dos militares além dos adversários concorrentes que servem apenas para atrapalhar o bom desenvolvimento do país casados com as socialites mocréias com cabeça de prostitutas, que querem tudo em suas mãos, ainda aquele pessoal que vem quase todas as Letras do alfabeto a fim de provar sua existência que só beneficia a quem se declara do gênero, fora uma montueira de adjetivos criados pelos agentes da lei impedindo que o sujeito seja pessoa de bem se não fazem o que querem... (Palavrões...)
"Outra área estratégia que não pode esperar muito é a Defesa. Diante de uma evidente conspiração golpista, que faz ruidosa agitação à porta dos quartéis, Lula precisa escolher o novo ministro da pasta."
Rá, isso é desejo. A preocupação de LULA com os milicos é beeeeem menor do q com a saúde, economia, educação...
Os milicos ficarão calados e voltarão pros quartéis de onde não deveriam ter saído.
E ponto final?
Não.
Lula vai enquadrá-los pra acabar de vez com esse nazifascismo pueril de milicos.
Lembrem-se de q, nos governos LULA, os milicos ficaram pianinho - assim será, de novo, com LULA ESTADISTA.
Vão se rebelar? Kkkkkkkkkkkkkkk
Sem apoio gringo?
Kkkkkkk. E não ir pra Disney? Ficar sem um blindadinho importado? Ficar sem um caça q sequer sabem pilotar? Sem um sub nuclear?
Claro q não.
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