Correio Braziliense
Em São Paulo, o prefeito Ricardo Nunes (MDB)
tem 45% de intenções de votos; em Belo Horizonte, o prefeito Fuad Noman (PSD)
assumiu a liderança, com 46%
É muito cedo para concluir que estejam
definidas as eleições em São Paulo e Belo Horizonte, as duas mais importantes
capitais onde se realizam segundo turno. As pesquisas Quaest divulgadas nesta
quarta-feira, pela TV Globo, porém, mostram que as políticas de alianças e a
máquina administrativa das duas prefeituras vêm tendo peso decisivo nas
disputas.
Na capital paulista, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) confirma as simulações do primeiro turno, com 45% de intenções de votos, enquanto Guilherme Boulos (PSol) tem 33%, uma diferença de 12 pontos percentuais. Na capital mineira, o prefeito Fuad Noman (PSD) assumiu a liderança, com 46%, e ultrapassou Bruno Engler (PL), que liderava a disputa e, agora, está com 37%. São nove pontos percentuais de diferença.
Chama a atenção o caráter das alianças de
cada candidato. Em São Paulo, Boulos encabeça uma frente de esquerda e busca
ampliar as alianças ao centro, com certa dificuldade, embora tenha recebido
apoio de Tabata Amaral (PSB) e José Luiz Datena (PSDB). O candidato do PSol,
apoiado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mesmo com a intensa
participação de sua vice na campanha, a ex-prefeita Marta Suplicy (PT), não
consegue superar a imagem de radical perante uma parcela do eleitorado decisiva
para o pleito.
Ao contrário, Nunes, que tem o apoio do
governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e do ex-presidente Jair
Bolsonaro, conseguiu evitar que sua imagem de político tradicional, de
centro-direita, fosse identificada com a extrema-direita, em grande parte
devido à candidatura de Pablo Marçal (PRTB), assumidamente extremista. A
pesquisa mostra que 74% dos eleitores de Marçal ficam com Nunes; Boulos, com
54% dos votos de Tabata. Um aspecto importante da disputa é a exploração do
medo: 45% dos eleitores disseram que dá mais medo eleger Boulos, enquanto 32%
têm esse sentimento em relação a Nunes.
Do ponto de vista das narrativas, a
trajetória ideológica de Boulos, cuja liderança teve origem no movimento dos
sem-teto, tornou-se um passivo eleitoral difícil de ser administrado. Ele
precisa explicar como pretende resolver o problema da moradia popular sem
ocupação. Historicamente, a formação de cortiços absorvia a população mais
pobre nas zonas centrais; agora, com a especulação imobiliária e a
verticalização da cidade, não mais. Morar na rua é a alternativa para quem vive
de "bicos" no centro de São Paulo, não apenas para mendigos e
dependentes químicos. A alternativa de Boulos fora ocupar prédios abandonados,
principalmente públicos.
O apagão que fez São Paulo entrar em colapso
trouxe para o centro do debate eleitoral a gestão da cidade, o que deu
oportunidade a Boulos de impor uma agenda capaz de deslocar o eixo da disputa
da questão ideológica para a administrativa. Entretanto, os desdobramentos da
crise mostraram um problema mais complexo, com envolvimento das diversas
esferas de poder, amortecendo o desgaste do prefeito. Embora não tenha nenhuma
pergunta sobre o apagão, a pesquisa foi realizada entre 13 e 15 de outubro, ou
seja, após o colapso da distribuição de energia, o que mostra que Nunes
conseguiu gerenciar essa crise de imagem. Ainda há 20% de eleitores indecisos.
Virada à mineira
Em Belo Horizonte, segundo a pesquisa Quaest,
o prefeito Fuad Noman virou a eleição do primeiro para o segundo turno e está
na liderança, com 46%, enquanto Bruno Engler aparece em segundo lugar, com 37%.
Há 33 % de eleitores indecisos. O deslocamento dos eleitores dos demais
candidatos explica essa virada mineira.
Entre os eleitores de Mauro Tramonte
(Republicanos), Fuad tem 52%, e Engler, 28%; entre os de Gabriel (MDB), Fuad
tem 63%, e Engler, 29%. No caso de Duda Salabert (PDT), Fuad fatura 87%, e
Engler, 5%. O que explica isso? Primeiro, Fuad não fez uma administração
desastrosa para Belo Horizonte, faz uma campanha sem radicalismo e focada na
gestão da cidade, até porque seu principal ativo eleitoral são as realizações
administrativas; segundo, neste segundo turno, o prefeito ampliou suas alianças
à esquerda, sem abandonar a ancoragem de candidato centrista, reforçada pelo
apoio de Tramonte, do Republicanos, partido do governador de São Paulo,
Tarcísio de Freitas.
Bruno Engler fez uma campanha ideológica, porém sem a agressividade de Marçal. Fundador do movimento Direita Minas, foi o deputado estadual mais votado em 2022, com uma agenda focada na segurança, na defesa da família e no combate à ideologia de gênero. Entretanto, não conseguiu ampliar suas alianças, mantendo-se como um candidato de extrema-direita, aliado de primeira hora do ex-presidente Jair Bolsonaro. A aliança de Gilberto Kassab, presidente do PSD, com o governador Tarcísio de Freitas bloqueou um eventual apoio de Tramonte ao candidato de Bolsonaro.
3 comentários:
Enquanto aqui no galinheiro Está nesse alvoroço , o Trump está avançando de galope rumo a vitória e vai botar três corpos na frente na Kamala Harris
As casas de apostas americanas estão dando uma vitória expressiva para o Trump
Já já a mídia começa a bombardear o Trump de novo, o Chororo e o ranger de dentes o choro é livre KKKKK
Jesus nos ama a todos,fiquem na paz.
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