segunda-feira, 30 de junho de 2008

ELEIÇÕES: NOVO CENÁRIO

ELEIÇÕES: NOVO CENÁRIO
Gilvan Cavalcanti de Melo
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O segundo turno das eleições municipais, votação, apuração e seus resultados, foram os atos finais de um espetáculo democrático. Fecharam-se as cortinas. Nova peça é anunciada. Começa nova apresentação: as eleições parlamentares – estaduais e federais -, senadores, governadores e, principalmente, presidência da República, em 2006.

A originalidade das últimas eleições é que quase todos os partidos se consideraram vitoriosos. Os dados, já amplamente divulgados, só confirmam essa curiosidade. Só se modificam as posições dos vitoriosos quando se analisa os números de prefeitos, vereadores ou a quantidade de votos obtidos. Esta observação é a confissão dos atores políticos, de todas as correntes partidárias, do fortalecimento do pluripartidarismo no país.

Com o quadro demonstrado pelos resultados das eleições municipais, o cenário da eleição presidencial já está visível? Há uma forte tendência que coloca o PT e o PSDB como protagonistas principais na disputa. Nasceram em São Paulo, têm uma sólida implantação no Estado, têm vocação de hegemonia, ocupam o mesmo centro político, compartilham a vocação e semelhança para a centralização administrativa e a política macroeconômica. Os dois partidos foram os únicos que apresentaram candidatos próprios nas quatro eleições no pós-regime militar. É um elemento importante para se determinar se poderá haver uma polarização ou não, na disputa. Pelos dados fica descartada a tendência ao bipartidarismo – o americanismo por cima.

Outros grandes partidos como o PMDB e PFL – tiveram papeis fundamentais no período da transição do regime militar para a democracia – mantiveram boas votações, mas parece que abriram mão de serem atores ou protagonistas principais na disputa, para serem coadjuvantes com vocação ao poder municipal e estadual.

É consenso entre os articulistas, analistas políticos e especialistas em análises eleitorais que o PPS se destacou nas eleições com um crescimento expressivo, tanto em números de prefeitos e vereadores, como em número de votos. Seus 306 prefeitos com 5.947.853 (votos no primeiro turno), 2.817 vereadores, 5.299.535 votos foi o fato que mais chamou a atenção. Outro dado fundamental: não esquecer que o PCB/PPS apresentou candidatura própria nas eleições presidenciais de 1989,1998 e 2002, não abrindo mão de sua vocação nacional e não aceitando o papel de coadjuvante dos atores principais.

Outra força que emergiu fortalecida foi o PDT com seus 305 prefeitos, 5.255.238 (votos no primeiro turno) e 3.252 vereadores, 6.124.376 votos. O PPS e PDT, abertas perspectivas de uma nova conjuntura, poderão transformar-se em atores, nos papeis principais do novo cenário?

nov/2004


* Membro do Diretório Estadual/RJ e do Diretório Nacional do PPS.

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