quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Sindicato dos Metalúrgicos critica Mantega e diz que demissões podem chegar a 15,5 mil

Setor já teve cinco mil cortes este ano, de acordo com números do Caged

Lino Rodrigues

SÃO PAULO. O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos divulgou ontem nota afirmando que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, assumiu o papel de "porta-voz" da General Motors (GM). Logo depois de se reunir com representantes da montadora, pela manhã, em Brasília, Mantega disse que o fechamento de uma unidade de montagem de veículos e a ameaça de demissão de 1.500 trabalhadores na fábrica da GM na cidade é "normal". Dados do Ministério do Trabalho indicam que o setor já cortou mais de cinco mil vagas entre janeiro e junho.

Para o sindicato, lutar pela manutenção dos postos de trabalho é papel do governo, principalmente, quando as fabricantes de automóveis são beneficiadas pelo IPI reduzido.

- O ministro faz essas afirmações sem o mínimo cuidado de ouvir a outra parte, o sindicato dos trabalhadores. Ele diminui a si próprio, assumindo o papel de mero porta-voz da GM - disse Antônio Ferreira de Barros, o Macapá, presidente da entidade.

Ele diz que a GM fechou 1.189 postos de trabalho nos últimos 12 meses em suas três fábricas. Houve ainda dispensas pelo Programa de Demissões Voluntárias (PDV) em São Caetano do Sul, no ABC paulista, e em São José, com o corte de outros 356 postos.

O sindicalista cita ainda um estudo do Dieese, que estima a eliminação de outras 15.500 vagas na cadeia automotiva da região, caso as demissões sejam confirmadas pela GM.

De acordo com levantamento feito pelo GLOBO, a partir de dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, entre janeiro e junho de 2012, o saldo entre contratações e admissões é de 5.601 postos eliminados em toda a cadeia. O saldo negativo é resultado do grande número de demissões no setor de autopeças, que acumulou 9.160 demissões. Já as montadoras, encerraram os primeiros seis meses do ano com a contratação de 3.559 empregados. No mesmo período do ano passado, essas mesmas montadoras haviam admitido 4.979 trabalhadores.

FONTE: O GLOBO

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