segunda-feira, 3 de março de 2014

PT e PSDB querem vantagem

Siglas rivais trabalham para conseguir vitória em Minas na disputa pelo Palácio do Planalto

Raquel Gondim

Não é só na disputa pelo governo do Estado que o PSDB estima uma grande vitória em Minas Gerais. Na briga pela Presidência, o partido prevê que o senador Aécio Neves (PSDB) conseguirá pelo menos três milhões de votos de diferença no Estado na comparação com a presidente Dilma Rousseff (PT).

Do lado do PT, porém, a legenda prevê repetir o cenário de 2010, quando Dilma derrubou o tucano José Serra no Estado. Segundo o presidente do PT-MG, o deputado federal Odair Cunha, a ideia da legenda para vencer Aécio é mostrar que os ganhos adquiridos pelo Estado nos últimos anos foram fruto dos investimentos do governo federal. Cunha, porém, não faz previsões sobre os índices envolvidos na disputa. Em 2010, Dilma venceu Serra em Minas Gerais com uma diferença de 1,7 milhão de votos.

Números. Independentemente de quem ganhar a preferência dos mineiros, a expectativa apresentada pelo PSDB para a disputa presidencial é aparentemente mais factível do que os números esperados para o governo do Estado.

Em média, nos pleitos de 1994, 1998, 2002, 2006 e 2010, o vencedor da briga pelo Palácio do Planalto no Estado obteve 2,6 milhões de votos de vantagem sobre seu principal adversário, número próximo dos três milhões de frente esperados pelo PSDB. O levantamento feito pela reportagem leva em conta o resultado do turno em que a eleição foi decidida.

A maior diferença foi verificada no segundo turno de 2006, quando Lula venceu o paulista Geraldo Alckmin (PSDB) em Minas com uma vantagem de 3,17 milhões de votos. Em seguida aparece o balanço de 2002. Na ocasião, Lula foi eleito no Estado com uma vantagem de 3,16 milhões de votos sobre José Serra (PSDB).

Decisivo. Mas, apesar da grande importância simbólica de Minas para o cenário eleitoral, o resultado do pleito no Estado não é decisivo.

O professor da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-Minas) Moisés Augusto Gonçalves salienta que esse simbolismo, somado ao grande número de eleitores, não é suficiente para fazer Minas determinante.

“As pesquisas mostram uma preferência por Dilma Rousseff em nível nacional e por Aécio Neves no Estado, por isso, não acho que dá para pensar só em Minas. Tudo dependerá do leque de alianças dos candidatos e de elementos-surpresa, já que não é possível prever como a sociedade vai reagir até lá. A conjuntura política atual é muito dinâmica”, afirmou.

O presidente do PSDB em Minas, Marcus Pestana, concorda. “Minas não consegue impactar isoladamente no resultado nacional. É importante conseguirmos conquistar um bom resultado em São Paulo, manter um bom desempenho no Sul e no Centro-

Sem Planalto, mas com governos
Além do PSDB e do PT, o PMDB e o PSB concentram grande número de governos estaduais. Em alguns anos, os dois partidos, inclusive, batem os petistas e tucanos, dando mais uma mostra de que a influência do partido que ganha a Presidência é limitada.

Em 2010, 2006 e 2002, o PSB conquistou, respectivamente, sete, três e quatro governos. Nas mesmas datas, o PMDB foi eleito para comandar, respectivamente, cinco, sete e quatro federações.

O antigo PFL também era forte nas disputas estaduais. Em 2002, a sigla conquistou seis Estados.

Cenários para terceira via
Surpresa. Para o cientista político Moisés Gonçalves, o surgimento de uma terceira via nas eleições poderá trazer surpresas nas disputas deste ano.

Casos. Na briga pelo Planalto, essa terceira via é simbolizada pela candidatura de Eduardo Campos, tendo Marina Silva como vice.

Minas. No caso do governo do Estado, ainda não foi acertada a hipótese de uma candidatura alternativa ao PT e ao PSDB.

Hipóteses. Além do PMDB, que pode lançar uma chapa ao governo, o PSB também poderá lançar um nome, em parceria com a Rede de Marina Silva.

Percentual
Presidente. Considerando os percentuais, a maior vitória verificada em MG nos últimos cinco pleitos foi de Lula em 2006. Na ocasião, 65% dos mineiros votaram no petista no segundo turno contra Alckmin.

Fonte: O Tempo (MG)

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