Débora Álvares, Eduardo Bresciani e Vera Rosa - Agência Estado
A pesquisa Ibope deixou auxiliares da presidente e a cúpula do PT preocupados. O que mais chamou a atenção dos petistas foi o fato de Dilma ter a forma de governar desaprovada pela maioria da população, que deseja mudanças. O discurso público, porém, é de que a oscilação foi normal e o destaque à manutenção da possibilidade de vitória no primeiro turno. Para a oposição, os números mostram um grande espaço de crescimento para Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB).
A preocupação do Planalto é que o desejo de mudança vem se refletindo na perda de aprovação entre jovens e mesmo entre eleitores de classes mais baixas e beneficiários de programas sociais, como o Bolsa Família e Brasil Sem Miséria. A avaliação é que além das denúncias que motivam a oposição a tentar emplacar uma CPI da Petrobras, a economia, em especial a inflação, tem afetado os índices de popularidade. Em público, porém, petistas afirmam que a queda de intenções de voto de Dilma - de 40% em março para 37% em abril - é uma "oscilação normal".
"Diante do tiroteio que o governo e a presidente tem sofrido, os resultados são extremamente satisfatórios. Não só porque ela está em patamar semelhante, mas porque os candidatos mais fortes da oposição não conseguiram se colocar como alternativa", afirmou o líder do PT no Senado, Humberto Costa. "Nosso grande desafio é mostrar que este projeto não está esgotado e pode se renovar", complementa.
O candidato do PSB, Eduardo Campos, afirma que o mais importante no momento é o crescimento do desejo de mudança. Observa ainda que o eleitor ainda não está com a cabeça na sucessão e, por isso, não definiu seus candidatos. "O importante é o desejo de mudança que está claro na sociedade brasileira e tem sido refletido nas pesquisas", afirmou. O líder do PSB, Beto Albuquerque (RS), ressalta o baixo índice de Dilma para quem está no poder. "Para quem governa, ter essa nota é muito ruim. Nenhuma criança passaria de ano na escola com 37", ironiza.
O presidente do DEM, José Agripino (RN), acredita que a economia está por trás da queda de Dilma. "É produto das evidências de perda do controle da economia, o aumento da inflação, que está entrando na casa das pessoas". Para ele, o adversário com maior potencial de ir a um possível segundo turno e vencê-la nas eleições é o que melhor explorar questões que ainda não impactaram nas pesquisas. "As denúncias de corrupção continuada ainda não fizeram efeito, bem como a gestão ineficiente, a perda de pontos nas agências de classificação de risco. Esses pontos estão por produzir efeito e é em cima deles que Aécio e Campos têm chances de crescer", afirmou.
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