• Petista disse não ver problema na conversa entre Renan e Machado
Júnia Gama e Maria Lima - O Globo
Políticos de diversos partidos estão em compasso de espera para conhecer os próximos capítulos das gravações que o ex-presidente da Transpetro fez de conversas com aliados políticos. Além do senador Romero Jucá (PMDB-RR) — que teve de deixar o cargo de ministro do Planejamento após o vazamento dos diálogos —, do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e do ex-presidente José Sarney, há expectativa de que Machado possa ter gravado outros políticos em Brasília. O clima é de apreensão.
Aliados do presidente interino, Michel Temer, afirmam que ele pode ter se encontrado com Sérgio Machado nos últimos meses. Procurada, a assessoria do presidente interino informou que não há registro na agenda oficial, mas pode ter havido encontro não agendado entre Temer e Machado. Na avaliação de pessoas próximas a ele, há certa preocupação, porque a simples menção a Temer, mesmo que não traga um conteúdo comprometedor, pode abalar a imagem do governo neste momento de instabilidade.
Na base, a maior preocupação era que as gravações contaminassem de tal forma o clima que passassem a prejudicar as votações de matérias econômicas. Mas a aprovação da mudança na meta fiscal na madrugada de quarta-feira trouxe a percepção de que o episódio não deve interferir de forma decisiva na pauta governista, a menos que novas revelações venham a público.
Diferentemente do bombardeio feito à gravação da conversa do ex-ministro Romero Jucá (PMDB-RR), o líder do PT no Senado, Paulo Rocha (PA), disse que não há nada de mais na conversa gravada pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado com o presidente do Senado, Renan Calheiros. O líder petista diz que cabe ao presidente do Senado conversar com presidentes de outros Poderes para definir caminhos para o país, e faz parte de suas atribuições melhorar a legislação, como o caso da lei do impeachment.
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