Mariana Haubert, Débora Álvares, Daniela Lima – Folha de S. Paulo
BRASÍLIA - Um gesto da acusação de abrir mão de prazos pode antecipar o início do julgamento do impeachment de Dilma Rousseff no Senado para o dia 23 de agosto. A data atende aos anseios do presidente interino, Michel Temer, que deseja ver o caso concluído o mais rápido possível.
Os advogados que integram a equipe de um dos autores do pedido de impeachment confirmaram que entregarão o libelo acusatório, documento em que é feito um resumo do processo e a indicação dos crimes cometidos, no início da tarde desta quarta (10).
Assim, a acusação abre mão do prazo de 48h que teria para entregar o documento e antecipa o início do prazo que a defesa tem, também de 48h, para entregar suas alegações finais. O advogado de Dilma, o ex-ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, deverá ter que protocolar o texto na tarde de sexta (12).
Com isso, o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Ricardo Lewandowski, responsável por conduzir o processo nesta fase, poderá marcar o dia do início do julgamento final após dez dias a partir de sexta, seguindo as regras do processo. A expectativa é que esta etapa dure cerca de cinco dias. Lewandowski já avisou que não irá marcar sessões para o fim de semana.
A preocupação de Temer é garantir que seja efetivado no cargo antes de embarcar para a China, onde participará da reunião de cúpula presidencial do G20, em 4 e 5 de setembro. Senadores da oposição, no entanto, acusam o peemedebista de ter pressa devido à possibilidade de que o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) feche um acordo de delação premiada e acabe implodindo o seu governo.
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