Daniela Lima | Folha de S. Paulo
SÃO PAULO - O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou pela primeira vez que quer, sim, ser candidato ao Planalto. "Se eu disser que não quero, que não pretendo, não é verdade", confessou. "Mas candidatura a cargo majoritário não é vontade pessoal. Ela é fruto de um desejo coletivo", concluiu.
Alckmin falou sobre o assunto na tarde desta segunda-feira (6) após dar uma palestra a empresários do grupo Lide, fundado pelo prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB).
O governador reafirmou sua parceria com o prefeito da capital e ironizou aqueles que, segundo ele, "duvidavam" da capacidade de seu aliado se eleger, mas hoje o veem em condições de disputar a Presidência.
Questionado sobre como interpretava a "onda Doria" dentro do próprio partido, Alckmin afirmou: "Me sinto muito feliz. Eu ajudei o João Doria. Até aqueles que duvidavam primeiro que ele pudesse se eleger e, depois, que pudesse ser prefeito, hoje reconhecem".
Alckmin é padrinho político do prefeito e bancou sua candidatura no ano passado a contragosto de outros caciques do PSDB. O governador viu seu principal aliado ser alçado por integrantes de seu próprio partido ao posto de presidenciável. A movimentação foi relatada pela Folha neste domingo (5).
Alckmin disse que as ações do início do mandato de Doria tiveram repercussão nacional. "Se o prefeito da terceira maior cidade do mundo vai fazer mutirão, o prefeito da cidade pequena é cobrado", afirmou.
APOIO
Antes de o governador discursar, Doria reafirmou seu apoio à candidatura presidencial de Alckmin nas eleições de 2018.
O prefeito disse ter aprendido com os pais que "o melhor dos sentimentos é a gratidão" e que a amizade com Alckmin não é na "política ou na vida pública". "Sou amigo de uma vida inteira."
"No futuro vindouro, não que essa seja a hora e o momento, quero dizer que a posição do João Doria cidadão e eleitor é Geraldo Alckmin candidato à Presidência do Brasil", afirmou.
Doria repetiu diversas vezes que "ainda não era a hora de tratar" desse assunto, mas disse que fazia o discurso "para que nenhuma dúvida possa existir". "Essa é a minha posição."
O prefeito fez o discurso em cerca de cinco minutos e depois se despediu de Alckmin. Ele não ficou no evento para acompanhar a palestra.
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