Presidente da Câmara diz que candidatos do partido não vão deixar a disputa e poderão apoiar outros presidenciáveis
Constança Rezende /O Estado de S. Paulo.
RIO - O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse ontem que candidatos a governador de seu partido não vão abrir mão de suas candidaturas por causa da aliança do Centrão com o précandidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin. Se um candidato do DEM tiver de “construir um palanque” com outro presidenciável, isso será feito, disse Maia, após participar da convenção regional do partido, no Rio. Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso são os Estados em que há mais divergências.
“A gente vai ter candidato de qualquer jeito. Não abrimos mão de jeito nenhum. Eu disse isso ao (ex-) governador Geraldo Alckmin, quando estive com ele nessa semana. O DEM tem projeto de fortalecimento de seus palanques em todos os Estados que tivermos condições”, afirmou Maia.
Segundo o presidente da Câmara, Minas Gerais é o Estado que “dá mais problemas”. Na disputa pelo governo mineiro estarão o deputado federal Rodrigo Pacheco pelo DEM e o senador Antonio Anastasia pelo PSDB. O parlamentar ponderou que, “infelizmente”, as eleições estaduais são misturadas com a federal, o que, segundo ele, acaba gerando conflito.
“Em Minas, temos uma candidatura que representa inovação, um quadro preparado (Pacheco), que mostrou isso na Comissão de Constituição e Justiça (da Câmara). Se, por algum motivo, a nossa candidatura no Estado tiver de construir um palanque com outro candidato a presidente, o governador Geraldo Alckmin sabe disso e certamente vai respeitar.”
Em Goiás, Ronaldo Caiado (DEM) é adversário de Marconi Perillo (PSDB). O caso de Mato Grosso é semelhante. “Em Goiás, não vamos estar com o PSDB nunca. Não posso obrigar o nosso futuro governador, se Deus quiser, Ronaldo Caiado, a apoiar Geraldo Alckmin. Em Mato Grosso, temos um candidato muito forte, que está em primeiro lugar nas pesquisas e o adversário dele é do PSDB.
Como é que eu faço? Se a eleição for só regionalizada não tem problema, não vamos misturar com nacional”, disse Maia.
Rio. O presidente da Câmara aproveitou a convenção regional do DEM para lançar a candidatura do ex-prefeito do Rio Eduardo Paes ao governo fluminense. Paes deixou o MDB e migrou para o DEM após uma reconciliação com Rodrigo Maia e o pai dele, César Maia, ex-prefeito, hoje vereador.
A eleição no Rio é outra em que haverá divergência, embora menor do que em Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso. Paes terá o apoio do MDB, cujo candidato a presidente é o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles.
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