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Um novo presidencialismo
Uma nova forma de governar o país será testada quando o presidente eleito Jair Bolsonaro tomar posse em 1º de janeiro do próximo ano. É isso o que está em construção desde agora.
Se antes os presidentes negociavam com os partidos a escalação dos seus ministros em troca de apoio no Congresso, agora é o presidente que os escolhe e, por tabela, quem com ele governará.
Os partidos perderam força. Quem ganhou foram as bancadas suprapartidárias organizadas em torno de temas – a da bala, a dos ruralistas, a dos evangélicos, a dos empresários, e assim por diante.
Os representantes das bancadas dentro do governo serão os ministros – não mais os presidentes ou líderes dos partidos na Câmara dos Deputados e no Senado. Os líderes do governo no Congresso terão mais um papel formal.
Um governo com menos ministros e com dois deles – o economista Paulo Guedes e o juiz Sérgio Moro – como superministros libera o presidente da obrigação de se envolver com muitos assuntos, inclusive com os menores.
No caso de Bolsonaro, ele se ocupará das relações com os demais poderes, das tarefas de representação do país e do ativismo político, o seu forte. Dele dependerá, é claro, a palavra final na hora de tomar decisões importantes.
O principal segredo para que a fórmula dê certo será a montagem de uma equipe de governo que aponte para uma mesma direção. A direita ganhou a eleição e é ela que governará o país pelo menos até 2022.
Rasgando dinheiro
A vez da Noruega
Depois de trombar com os países árabes, que compram muito mais ao Brasil do que vendem, com a China, o maior parceiro do país em negócios bilionários, e com a Argentina, o principal vizinho e sócio no Mercosul, chegou a vez de o governo de Jair Bolsonaro, que ainda nem começou, bater de frente e de graça com a Noruega.
Futuro ministro da Casa Civil, o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) afirmou que a Noruega tem que aprender com o Brasil como preservar o meio ambiente. “A floresta norueguesa, quanto eles preservaram? O Brasil preservou a Europa inteira, territorialmente, com as nossas matas, mais cinco Noruegas. Eles têm que aprender conosco”, disse Lorenzoni.
A Noruega é o país que mais contribui para o fundo de preservação da floresta amazônica. Por um acordo de 2008, ela destinou já US$ 1,1 bilhão ao Brasil. O fundo é gerido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômica e Social (BNDES). No ano passado, como o desmatamento na Amazônia voltou a crescer, a Noruega ameaça reduzir sua ajuda.
Parece que o futuro governo está querendo pagar para ver.
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