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Retrato do novo presidente do Senado
Davi ou David com “d” no fim? De sobrenome Alumbre, Alcolumbre ou algo parecido? Quem dava bola para David Samuel Alcolumbre Tobelem, que mais tarde se passaria a chamar apenas Davi Alcolumbre, um senador do baixo clero eleito pelo DEM do Amapá em 2014, e que no ano passado disputou e perdeu o governo do seu Estado?
O Amapá está em 25º lugar na lista das 27 unidades da federação quando se leva em conta a participação relativa no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil. É o 26º em número de habitantes. Entre seus colegas do Senado, Alcolumbre era avaliado apenas como um sujeito simpático, muito falante, cujo suplente, o irmão, é igualmente simpático e falante.
Comerciante de profissão, com curso superior incompleto de ciências econômicas, antes de debutar no Senado se elegera vereador em Macapá e duas vezes deputado federal. Passou pela Câmara sem chamar atenção. Até que como senador, empregou no seu gabinete a assessora parlamentar Denise Veberling, senhora Onyx Lorenzoni desde o final do ano passado.
Bingo! A sorte sorriu para Alcolumbre. Além de pertencer ao mesmo partido de Onyx, chefiara a mulher daquele que assumiria a Casa Civil do presidente Jair Bolsonaro. Aos 41 anos de idade, era o homem certo, na hora certa para enfrentar o poderoso Renan Calheiros (PMDB-AL) que tentaria se eleger presidente do Senado pela quinta vez. Enfrentou e venceu.
O terceiro na linha de sucessão de Bolsonaro, depois do vice Hamilton Mourão e do presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM-RJ), Alcolumbre sabe que tem duas missões no cargo que jamais imaginou ocupar: obedecer às ordens de Onyx e minar eventuais resistências dos seus pares às propostas de interesse do governo. Não será uma tarefa fácil, mas impossível tampouco.
Há na administração federal milhares de vagas do segundo escalão para baixo. A expectativa de grande parte dos 42 senadores que votaram em Alcolumbre é que ele os ajude a preenchê-las. Alcolumbre deu sinais de que irá ajudá-los. Isso em pouco ou em quase nada comprometerá os ideais da velha política travestida de nova. Pelo contrário. Uma mão lava a outra. Vida que segue.
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