“Quanto mais tempo levarem os democratas para romper a letargia que os tem paralisado, pior ficará. Eles estão obrigados a cavar fundo, reconhecer erros, compreender os efeitos políticos e culturais da globalização, da revolução tecnológica e da conversão “líquida” da vida. Devem trocar a retórica combativa, militante, indignada, mas romântica e ingênua, pelo duro amassar de barro da política realista. Precisam de coragem para ir além da terra conhecida, partindo dela para abrir novos horizontes e resgatar os náufragos da vida.
A obra da redemocratização está sendo dilapidada. Chegamos a um ponto em que nos falta o fundamental: unidade política, consensos democráticos, responsabilidade cívica e boas estruturas de ação (partidos).
Não é um problema só de excesso de autoritarismo, despreparo e reacionarismo grosseiro, essas pragas que corroem a sociedade. Também estamos sendo vitimados pela escassez de coordenação democrática.”
*Professor titular de Teoria Política e coordenador do Núcleo de Estudos e Análises Internacionais da Unesp. ‘O oposicionismo retórico e os democratas’, O Estado de S. Paulo, 27/4/2016.
Um comentário:
Caro, Gilvan. Faça deste site um espaço de debate democrático. Para tanto é só liberar os comentários. De vez em quando você verifica o nível e escoima os excessos. Fico triste em ver tantos bons artigos sem nenhum comentário.
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