sábado, 17 de setembro de 2022

Adriana Fernandes - Cortina de fumaça

O Estado de S. Paulo

Enquanto repercutia o corte do Farmácia Popular, o governo tentava emplacar o tema das reservas

A poucos dias das eleições, não passa de cortina de fumaça a notícia antecipada pelo Ministério da Economia, por meio de informações de bastidores, de que estuda a criação de uma meta para as reservas internacionais.

Esse não é um assunto alvo de estudos centrais da equipe do Ministério da Economia nesse momento nem do Banco Central, que é uma instituição autônoma e a responsável pela gestão das reservas do País.

Existe a ideia do ministro Paulo Guedes que, passados quase quatro anos de governo, não foi para frente. Foi assunto da transição, em 2018, e depois reforçado por ele no final de 2020, quando disse que poderia até vender “um pouco” das reservas para reduzir a relação entre dívida pública e o Produto Interno Bruto (PIB).

Num patamar hoje em torno de US$ 339 bilhões, as reservas internacionais estavam em US$ 379,7 bilhões no início do governo Bolsonaro.

Em plena campanha presidencial de uma eleição difícil para Bolsonaro e faltando poucos dias para o primeiro turno, o noticiário na área econômica está marcado por informações do impacto dos cortes feitos pelo governo para acomodar prioridades eleitorais, como ocorreu com o Farmácia Popular.

No mesmo dia em que o corte de verba do Farmácia Popular repercutia, o governo tentava emplacar o tema da meta das reservas, assunto polêmico e de discussões infindáveis entre os economistas sobre o nível ótimo (adequado) das reservas diante do custo que representa para a dívida pública mantê-las em patamar elevado.

Por trás da proposta, estaria a ideia de que seria preciso se desfazer de parte das reservas se estivesse acima da meta, e comprar dólares se estivesse abaixo do ideal.

Se a intenção do ministro era desviar atenção dos problemas orçamentários, que tanto têm dado dor de cabeça para a campanha do presidente, não deu certo. Ao contrário, eles continuam incomodando e exigiram falas do próprio presidente, de Guedes e do ministro da Saúde.

Se pior do que isso, a expectativa era antecipar um movimento baixista do dólar com a notícia para ajudar na campanha, não funcionou. No dia da informação sobre o estudo, a inflação dos Estados Unidos veio acima do consenso e penalizou os mercados com a ampliação das apostas em uma postura mais dura do Federal Reserve, o banco central norte-americano. O dólar à vista subiu quase dez centavos. Estudos podem ser feitos a qualquer momento, e se pode chegar à conclusão de que tem mais reserva do que precisa. A pergunta é: por que só agora?

3 comentários:

Anônimo disse...

Olha lá que esse demoníaco Guedes ainda vai achar um jeito de consumir toda essa reserva criada pelo PT. Guedes faz as suas leis e tem essa capacidade de demolir tudo, sempre a seu favor claro. Indigno, a pior espécie de indivíduo, alma gêmea do Bolsonaro no maligno governo, inspirado no seu ídolo Pinochet.

Anônimo disse...

É incrível como vocês vivem no mundo paralelo, o ministro Paulo Guedes tem sido perfeito na condução dessa situação de calamidade pela COVID pela guerra da Ucrânia, mantendo a economia crescendo , a inflação em baixa, menor que os Estados Unidos e Europa , criando empregos e diminuindo o valor dos combustíveis que tanto preocupava os brasileiros
Vocês vivem de mentiras e narrativas falsas, dia 2 de outubro a gente vai dar o recado;
Presidente reeleito!

Anônimo disse...

Bolsonaro e Guedes estão acabando com o Brasil. Nunca valorizaram o salário mínimo, mal corrigido pela inflação oficial e não pela inflação que atinge os pobres que só gastam com alimentos e outras necessidade básicas para sobreviver, que subiram muito mais que a inflação oficial (o leite duplicou só este ano). O genocida provocou um morticínio na pandemia, acabou com o auxílio no meio da pandemia, e agora quer se mostrar sensível e humano... Mentiroso, falso, enganador, canalha! Cortam agora da farmácia popular pra manter o corrupto orçamento secreto! Malditos mentirosos!